Folha de S.Paulo, notícia também publicada no Correio Braziliense

Jornalistas: Fábio Munhoz e Tatiana Cavalcanti

Estudos já identificaram 19 pequenas mutações do novo coronavírus, segundo pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, gestão João Doria (PSDB). Essas alterações são conhecidas como linhagens. Linhagens diferentes do vírus podem fazer com que uma mesma pessoa fique doente mais de uma vez.

 

Na última quarta-feira (16), a Secretaria Estadual da Saúde confirmou o primeiro caso de reinfecção do novo coronavírus em São Paulo. A paciente é uma mulher de 41 anos, que mora em Fernandópolis (a 553 km de SP). Segundo a pasta, sequenciamento de genoma identificou que se trata de duas linhagens distintas do vírus.

 

O infectologista Wladimir Queiroz, do Instituto Emílio Ribas, afirma que a confirmação de uma reinfecção é feita após a comparação do sequenciamento genético do vírus na primeira e na segunda vez. Esse material é obtido nas amostras colhidas nos exames RT-PCR.

 

O diretor de Respostas Rápidas do Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz, Adriano Abbud, explica que todos os organismos sofrem mutações, não apenas o vírus. E que, por enquanto, as mudanças identificadas, não devem interferir no plano de vacinação contra a Covid-19.

 

“As mutações são muito pequenas, como diferenças nos genes dos vírus. Porém, não é uma diferença que vai alterar a proteína de ligação, que vai impedir com que a vacina atue. Não funciona assim. É óbvio, a gente não pode escrever isso em pedra, mas a chance é muito pequena de essas alterações interferirem em como a vacina vai atuar nos imunizados”, afirma.

 

O especialista acrescenta que ainda é cedo para afirmar se a vacina contra a Covid-19 terá de sofrer modificações frequentes, como ocorre com os imunizantes contra a gripe comum. “Essa é uma questão que só vai ser dita no futuro. O vírus ainda é muito pouco conhecido. A gente está convivendo com ele há um ano, e um ano é muito pouco”, explica.

 

“Tem coisas com relação à vacina que não conhecemos ainda. Por exemplo: a duração da imunidade. No caso da influenza, a gente sabe que tem que vacinar anualmente. Será que vai ser a mesma coisa com a Covid? A gente não tem essa ideia ainda, porque as primeiras pessoas vacinadas têm algo em torno de sete, oito ou nove meses de imunização”, diz o médico, referindo-se ao período de testes das vacinas. O médico explica que as pessoas, mesmo depois de vacinadas, devem continuar com os hábitos de prevenção, como uso de máscaras, distanciamento social e higienização frequente das mãos.

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