A influência da pandemia na Inteligência Artificial

A influência da pandemia na Inteligência Artificial


by Thales Silveira | Grupo Mídia

Em entrevista exclusiva à HCM, Renato Carvalho, presidente da Novartis Brasil, comenta sobre inovações do setor e investimentos da empresa

Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) ganhou força no setor da saúde e é uma das grandes promessas para aumentar o padrão da prestação de serviços de saúde.

A precisão em diagnósticos, computação baseada em nuvem e otimização de recursos das instituições são apenas parte do que a IA é capaz no setor.

Renato Carvalho, presidente da Novartis Brasil, acredita que, para obter sucesso no setor, é necessário investir em “equipe qualificada e tecnologias inovadoras, científicas e digitais, que vão além do medicamento em si, para criar tratamentos transformadores em áreas de grande necessidade médica.”

No entanto, ainda é preciso tomar cuidado com o uso de dados de forma ética e correta. Segundo o relatório Ethics and governance of artificial intelligence for health da Organização Mundial de Saúde (OMS), é necessário pensar na ética e nos direitos humanos quando falamos de inteligência artificial.

Carvalho pontua que o número cada vez maior de aplicativos e wearables associados à IA para monitoramento da saúde, através de machine learning e deep learning, requer maior rigorosidade com relação ao compartilhamento de dados.

“Vivemos um momento único em que ciência, tecnologia e dados contribuem para que o processo de inovação na busca por melhores soluções para nossos pacientes, seja mais ágil e eficiente.”

Dentre as diversas aplicações da IA no setor da saúde, o executivo destaca a relação entre essa tecnologia e a indústria farmacêutica como uma grande presença nos próximos anos.

“A transformação geral como um todo veio para ficar e promover a evolução do desenvolvimento de novas terapias, como é o caso de medicamentos como a terapia gênica, cujo mecanismo de tratamento é modificar o material genético de células que apresentam algum ‘defeito’, modificando o curso das doenças.”

Carvalho ressalta que as diretrizes da OMS são um norte para toda a indústria farmacêutica e empresas de biotecnologias, pois é necessário ter em mente que a segurança dos dados os pacientes é primordial para a governança dos resultados das pesquisas conduzida pela empresa.

“É um efeito domino, o comprometimento dos dados impacta negativamente nos resultados de pesquisa e na confiança de prescritores e pacientes.”

O presidente da Novartis Brasil considera que um dos pontos responsáveis pela evolução exponencial da tecnologia no setor foi a pandemia da Covid-19.

“Esse período nos fez repensar diversos aspectos e evoluiu áreas que eram pouco presentes no mercado. A evolução da telemedicina, por exemplo, trouxe grandes insights a partir do feedback de médicos preocupados com os diagnósticos adequados e pacientes que precisavam de apoio físico.”

E completa: “O maior exemplo disso foi a atuação de diversos players em parceria usando Machine Learning, Big Data e IA para conseguir chegar a uma vacina de forma tão rápida.”

Carvalho também destaca o termo Digital Therapeutics como uma tendência para o futuro. “Esse conceito engloba as intervenções terapêuticas orientadas por software para prevenir, gerenciar ou tratar de um distúrbio ou doença.”

Dessa forma, o setor se encontra está mais preparado para atuar com a aplicação da tecnologia na solução de problemas sanitários e de saúdes globais, com foco sempre no bem-estar da população.

“Vivemos um momento único em que ciência, tecnologia e dados contribuem para que o processo de inovação seja mais ágil e eficiente para na busca por melhores soluções para os pacientes.”

Aplicação prática

Com o objetivo de acelerar a jornada dos pacientes e munir os médicos com o melhor equipamento possível, a Novartis tem investido em diferentes tecnologias, como IA, Machine Learning, assistente virtual e user experience (UX).

“Criamos o AI Inovation Lab para capacitar os colaboradores a usar a Inteligência Artificial em toda a empresa e fizemos uma parceria com a Microsoft para alavancar o uso de dados e IA.”

A Novartis também criou uma plataforma chamada Expert Connection, que utiliza IA para apoiar dermatologistas de todo o Brasil no diagnóstico de psoríase.

Nos últimos quatro anos, a Novartis investiu cerca de R$ 1 bilhão em pesquisa clínica no Brasil, aumentando exponencialmente a taxa de velocidade de conclusão de pesquisas clínicas e assertividade, impactando diretamente na oferta de produtos mais eficazes para a população.

“Precisamos entender que a inovação está a serviço da promoção de saúde e qualidade de vida das pessoas. É com essa visão que empregamos novas tecnologias e trabalhamos para reimaginar a medicina”, finaliza o presidente da Novartis Brasil.

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