Segundo dados da IQVIA, as grandes redes do varejo farmacêutico, ligadas à Abrafarma, responderam por 44% da receita de R$ 139,4 bilhões em 2020. Com números consistentes, o setor tornou-se o queridinho do mercado financeiro. Analistas apostam em uma tendência de consolidação, mas novos IPOs devem ser movimentos raros daqui para a frente. O caminho passa pelo crescimento orgânico e também pela aquisição de redes menores.

A avaliação partiu de Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimentos, baseado nos balanços financeiros das redes com ações na B3. Para o especialista, embora tenham sofrido impactos negativos na pandemia por conta do fechamento de lojas localizadas nos grandes centros, em shoppings e aeroportos, as farmácias mantêm um business muito forte baseado na expansão geográfica.

“As grandes redes cresceram abaixo do que o mercado esperava, mas com elementos de recuperação com a retomada gradual do varejo de rua, em função do avanço da vacinação contra a Covid-19”, afirma.

Competição acirrada
Na visão do especialista, a consolidação é um fenômeno cada vez mais acelerado, com avanço para cidades médias e regiões como Norte e Nordeste. Uma prova dessa tendência é que o share do grande varejo em cidades com mais de 1 milhão de habitantes supera 61%, mas já representa metade do faturamento nos municípios a partir de 300 mil habitantes. “Nessas localidades, cada esquina importa. Vemos várias farmácias na mesma rua e se uma delas estiver na mão errada, fora do fluxo de pedestres, ela já começa perdendo”, ressalta Serra.

Por isso mesmo, oportunidades como a compra da Extrafarma pelas Farmácias Pague Menos não podem ser desperdiçadas. “Além de comprar o ativo por um bom valor, a Pague Menos consegue resolver duas questões. A companhia agiliza sua estratégia de evolução no Nordeste e evita a compra por outro competidor, o que poderia reduzir sua participação nessa região”, analisa.

Serra vislumbra novas possibilidades de aquisições envolvendo redes regionais. “Muitas das empresas desse nicho são bem administradas e já têm uma marca relevante nos mercados onde atua, com uma base de clientes sólida”, comenta.

Crescimento orgânico
Mesmo assim, de acordo com Serra, a veia orgânica ainda será o principal motor de crescimento no varejo farmacêutico. Algumas redes regionais ou locais se fortaleceram e estão fazendo frente às grandes varejistas. Estas, por sua vez, estão bastante capitalizadas, com os IPOs da Pague Menos, d1000 e Panvel.

“Hoje, as grandes redes como a RaiaDrogasil já geram muito caixa, o que lhes permite ter a capacidade de bancar seu próprio crescimento. Isso proporciona um retorno mais controlado, sem a necessidade de ter que partir para a fusão ou aquisição”, acrescenta Serra.

E, apesar da pressão nas commodities e da variação cambial, que deve apertar um pouco o caixa, as farmácias têm escala e conseguem administrar muito bem o processo de expansão e a maior oferta de pontos ajuda a acelerar ainda mais a abertura de lojas.

Fonte: Panorama Farmacêutico

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