Anticoagulante logo após a internação

Anticoagulante pode diminuir tempo de internação por covid-19 | Exame

Correio Braziliense

Pacientes que recebem medicamentos preventivos para afinar o sangue (anticoagulantes profiláticos) dentro de 24 horas da admissão hospitalar por covid-19 têm menos probabilidade de morrer, em comparação com aqueles que não os recebem, segundo um estudo publicado no The British Journal of Medicine. O uso dessa classe de remédios vem sendo pesquisado no tratamento da doença desde o início da pandemia, com resultados positivos. Porém, os ensaios clínicos continuam em andamento para verificar se essa é uma terapia eficaz.

Acredita-se que algumas mortes por covid-19 se devam ao desenvolvimento de coágulos sanguíneos nas principais veias e artérias. Os anticoagulantes previnem a formação de sangue sólido e têm propriedades antivirais, além de, potencialmente, anti-inflamatórias. Por isso, podem ser eficazes em pacientes com covid-19, mas os resultados de estudos anteriores foram inconclusivos.

Para explorar isso mais a fundo, uma equipe de pesquisadores do Reino Unido e dos Estados Unidos decidiu estimar o efeito dos anticoagulantes profiláticos quando administrados imediatamente após a admissão ao hospital sobre o risco de morte e sangramento grave entre pacientes com covid-19. Os resultados são baseados em dados de 4.297 pacientes (idade média de 68 anos e 93% homens) internados entre 1º de março e 31 de julho de 2020.

Os pesquisadores acompanharam esses pacientes para ver se houve óbito ou sangramento sério dentro de 30 dias da admissão no hospital. Um total de 3.627 (84,4%) receberam anticoagulação profilática dentro de 24 horas da admissão. No fim do período analisado, houve 622 mortes (14,5%), sendo que, no grupo que recebeu o anticoagulante o percentual foi de 14,3%, e no que não tomou o medicamento, de 18,7%. Trata-se de uma redução do risco relativo de até 34% e do absoluto de 4,4%.


Uso hospitalar

O benefício pareceu ser maior entre os pacientes não admitidos na unidade de terapia intensiva (UTI) nas primeiras 24 horas que deram entrada no hospital. O recebimento de anticoagulação profilática não foi associado a um risco aumentado de sangramento grave.

Os pesquisadores reconhecem que, devido à natureza observacional do estudo, persiste um grau de incerteza que só pode ser resolvido por meio de ensaios randomizados. Até que mais evidências estejam disponíveis, eles concluem que as descobertas “fornecem fortes evidências para apoiar as diretrizes que recomendam o uso de anticoagulação profilática como tratamento inicial para pacientes com covid-19 na admissão hospitalar. É bom lembrar que os anticoagulantes usados nesses casos não são os vendidos em farmácia, e, sim, os de uso hospitalar exclusivo, muito mais potentes.

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