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Anuário Época Negócios 360º 

Jornalista: Ana Carolina Nunes

09/10/20 - O setor de saúde foi colocado à prova durante a pandemia. Os desafios surgiram desde a compra de matérias-primas, vindas da China, até na manutenção do tratamento de pacientes de outras doenças.

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Durante live promovida por Época NEGÓCIOS, Sidney Klajner, CEO do Hospital Albert Einstein, e Maurizio Billi, CEO da Eurofarma, expuseram como o novo vírus afetou o setor, seja na linha de frente do combate à nova doença ou na linha produtiva industrial. As duas empresas foram vencedoras do Época NEGÓCIOS 360º, ranking anual das melhores companhias do Brasil, feito em parceria com a Fundação Dom Cabral.

“Somos muito dependentes da China, e fábricas que estão lá pararam. Tivemos uma questão de política, que o governo chinês segurou exportações que consideravam essências. Depois não havia voos. Ficou muito difícil conseguir matéria-prima”, contou Maurizio, acrescentando que ainda assim, a produção não parou.

No Hospital Albert Einstein, que registrou o primeiro caso oficial do novo coronavírus no Brasil, Sidney relatou que os desafios foram diários. Com 16 mil colaboradores, alguns no grupo de risco, o hospital atua também com medicina de alta complexidade, e muitos dos procedimentos não emergenciais tiveram de ser suspensos. “Foram dois meses com redução de receita”.

O Einstein também teve uma atuação junto ao setor público, sendo responsável por gerenciar o primeiro hospital de campanha montado na cidade de São Paulo. “Diariamente participávamos de comitês internos, ao mesmo tempo em que conversávamos também com autoridades para cuidar da saúde pública. Em 10 dias, construímos um hospital de campanha”, lembra Sidney.

Nesse cenário, os executivos destacaram a importância de aproveitar os aprendizados com essa pandemia para preparar o setor para as próximas emergências em saúde. “A pandemia mostrou com maior nitidez a ineficiência do nosso sistema e também quais os caminhos, como o da transformação digital”, disse Sidney. O CEO destacou que o Einstein já atua com telemedicina desde 2012 e também vem investindo na promoção da saúde primária, dois pontos que se mostraram fundamentais durante a crise sanitária. A transformação digital da instituição também ajudou nas projeções que auxiliaram governos na tomada de decisões. O hospital já contava, por exemplo, com uma inteligência artificial que projeta com 90% de precisão o tempo de internação de um paciente quando ele dá entrada no hospital ou passa por um procedimento cirúrgico.

Maurizio destacou a importância de melhorar a capacidade produtiva do país em relação aos insumos, o que, segundo o executivo, faria diferença em momentos de crise como a que passamos. “O Brasil precisa privilegiar a produção de insumos. Perdemos esse bonde e hoje as capacidades instaladas de países como China e Índia são tão grandes que conseguem praticar custos mais baixos, então fica difícil competir”, afirmou o CEO, lembrando que “não adianta ter respirador se não tiver anestésico”.

Inovação

Tanto Eurofarma como Einstein têm direcionado investimentos para inovação, seja com áreas dedicadas ou via em incubadoras de startups. Na Eurofarma, 8% do faturamento anual vai para a área de inovação, que atua na produção de genéricos ou até novas moléculas. “É importante difundir a cultura da inovação dentro da empresa, a cultura do inconformismo”, disse Maurizio. A farmacêutica tem um programa para startups em parceria com a Endeavour há três anos. Além disso, tem um fundo de venture capital para investimentos na área de saúde. “Nosso objetivo é investir em oito a dez empresas, com participação no conselho, e fazer uma conexão com nossos negócios”.

Sidney conta que, no Eisntein, a cultura da inovação também já existe há um tempo, não só na área de pesquisas clínicas e laboratórios, mas também para procedimentos. O grupo abriga a primeira incubadora para a área da saúde e hoje conta com 80 startups. “Várias startups saíram de dentro do nosso hospital. Aqui temos um ecossistema que permite prototipar e validar soluções num ambiente que agrega mentores, pesquisadores, pacientes, médicos, laboratórios, ou seja, um ecossistema completo”.

O Época NEGÓCIOS 360º é feito em parceria com a Fundação Dom Cabral, escola de negócios brasileira mais bem colocada no ranking global organizado pelo jornal britânico Financial Times. O estudo avaliou centenas de organizações e o anuário com a pesquisa completa será publicado em 9 de outubro.

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