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Anuário Época Negócios

Jornalista: Márcio Ferrari

09/10/20 - Taxa de transmissão, curva epidemiológica, teste de anticorpos, vacina de RNA... a pandemia de covid-19 levou discussões técnicas de saúde dos círculos especializados para a população inteira, nos lares e nas empresas. Nesse momento histórico extraordinário, o Hospital Israelita Albert Einstein confirmou sua posição referencial na medicina do país.

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Hospital Albert Einstein

2

Compesa

3

Serpro

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AEC – Centro de Contatos

5

Engie Brasil Energia


Campeão do setor Saúde, é também a Empresa do Ano 2020 do Época NEGÓCIOS 360º. Chega ao topo pelas fortes bases construídas em 2019, o ano relativo à pesquisa do anuário. Graças a elas, o Einstein brilha no combate à covid-19, no atendimento aos próprios pacientes e em parcerias com entidades científicas e governos.

O Einstein agiu assim que surgiram as primeiras notícias de casos de covid-19 na China, no final de 2019. Criou um grupo com profissionais de várias áreas, com o objetivo de desenhar as medidas necessárias para receber pacientes contaminados. Os procedimentos foram concebidos tendo em vista o atendimento médico e os cuidados de prevenção ao contágio.

Assim, o Einstein já estava pronto para encarar o desafio da pandemia a partir do diagnóstico do primeiro caso no Brasil, em 25 de fevereiro. Dos 630 leitos do hospital, 233 foram destinados aos pacientes de covid-19. O atendimento a eles passou a ser feito em áreas exclusivas, permitindo manter a atenção de sempre a outros pacientes, em especial os carentes de acompanhamento constante.

Isso foi possível, em boa parte, graças às conquistas de 2019, ano considerado pelo presidente do Einstein, Sidney Klajner, um dos melhores da história do hospital. Os números do balanço já justificariam essa avaliação. A receita líquida cresceu 12% ante o ano anterior, para R$ 3,2 bilhões, e o lucro líquido deu um salto de 103,5%, para R$ 488,8 milhões. A margem líquida (lucro líquido sobre o faturamento) chegou a 15,4%, quase o dobro da alcançada em 2018, e foi a maior desde 2014. Em 2019 o Einstein retomou com força os investimentos, num total de R$ 453 milhões em projetos.

Muito da evolução se deve a medidas tomadas em 2018, um ano difícil, de recuperação lenta da economia, insuficiente para cobrir os buracos deixados pela recessão de 2015 e 2016. A saúde suplementar, dos planos de saúde, encerrou 2018 com 47,4 milhões de beneficiários, um crescimento de apenas 0,5% em relação a 2017. Em 2014, na pré-recessão, o número era de 50 milhões.

“Tivemos de tomar uma série de providências de adequação, com um programa severo de cortes de desperdício e interrupção de investimentos”, diz Klajner. “Gastos desnecessários no sistema muitas vezes impedem que se atinja parte da principal métrica de desempenho, a entrega da saúde. Mas 2019 foi um ano de colheita.” Aí entram os indicadores que vão além dos dados financeiros. Retomaram-se os planos, como a inauguração de unidades de atendimento primário e construção de outras, o incentivo aos projetos de inovação e investimentos no braço de ensino.

“Revimos processos para otimizá-los, com pessoal e expertise adequados, e isso nos fez entender, por exemplo, quais eram exatamente os horários de pico e aqueles de demanda não tão grande”, afirma Klajner. Esse conhecimento orientou os processos internos, entre eles o dos centros cirúrgicos e o dos equipamentos de alta intensidade. São dois os centros cirúrgicos. Um tem 14 salas equipadas para procedimentos de alta complexidade, como transplantes de rim, fígado, pâncreas e coração. Nele são feitas, também, cirurgias robóticas. O outro centro tem uma área oftalmológica, seis salas convencionais e seis digitalizadas, para procedimentos minimamente invasivos. Todas as providências, segundo Klajner, permitiram chegar a 2019 com o menor impacto negativo dos problemas ocorridos em 2018.

Nesse quadro de prosperidade, a inovação sobressai. Desde 2017, o Einstein tem uma diretoria de inovação, com cerca de 40 pessoas, entre engenheiros, profissionais de saúde e especialistas em propriedade intelectual. Estão sob sua coordenação o Centro de Inovação Tecnológica (CIT), o Innovation Lab, os projetos de telemedicina e a incubadora de startups Eretz.Bio, a primeira na área de saúde no país. A interação com outros setores do hospital resultou, em maio de 2020, no primeiro teste do mundo de diagnóstico do novo coronavírus baseado em sequenciamento genético.

Paralelamente, a telemedicina usa inteligência artificial para  atendimentos à distância em todo o Brasil com emergencistas — eles dão apoio e diagnósticos 24 horas por dia por meio de um centro de comando que trabalha em tempo real. Para todos os públicos o Einstein mantém o blog Vida Saudável, com orientações sobre saúde. A iniciativa é particularmente importante num período em que a ciência vem sendo questionada por interessados em desinformação e mesmo por autoridades do poder público. “Não é nada anormal, numa situação em que há pouca informação sobre um problema de saúde pública, as pessoas se apegarem a crenças e opiniões não respaldadas pela ciência”, diz Klajner.

“Mas o Einstein, como instituição de saúde, nunca deixou de atuar pautado por evidências científicas e orientações dadas por sociedades da ciência no mundo.” Isso, afirma, ficou evidente na pesquisa do hospital que demonstrou a ineficiência da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. O protagonismo cria na instituição necessidade de dialogar abertamente com a sociedade, mesmo em momentos difíceis. Isso ocorreu em julho e agosto, quando testes de jogadores de futebol das equipes do Red Bull Bragantino e do Goiás para covid-19 deram falso positivo. Segundo o hospital, o erro ocorreu por causa de dois lotes importados de reagentes com problemas.

Ao retomar projetos em 2019, o Einstein inaugurou três clínicas de atenção primária em São Paulo, as do Parque da Cidade, Anália Franco e Ibirapuera. O conceito de atenção primária orientou a criação de um novo ramo no complexo de atividades do hospital, com a inauguração, em 2018, da unidade Alto de Pinheiros. O modelo de atendimento primário funciona como um plano de saúde individualizado e se baseia sobretudo na prevenção. Profissionais de medicina e enfermagem trabalham com nutricionistas, psicólogos e outros, levando em conta o histórico individual dos pacientes. Em 2020, uma nova clínica de atenção primária teve de ser deixada para depois enquanto se reorientavam recursos para o atendimento dos pacientes de covid-19. A estratégia emergencial se voltou para a reforma dos dois hospitais municipais paulistanos geridos pelo Einstein, M’Boi Mirim e Vila Santa Catarina, assim como para a gestão do hospital de campanha do Pacaembu, também na capital, e a criação de uma tenda de triagem ao lado da sede, no Morumbi, além de cinco unidades em empresas. Foi inaugurado, ainda, o Hospital Órion, em Goiânia, sob a consultoria de gestão do Einstein.

O modelo de gestão aparentemente complexo do Einstein é, segundo Klajner, responsável em grande aspecto pela eficiência. A assembleia geral de sócios elege um conselho deliberativo de 180 pessoas. A mesa deliberativa do conselho, que define as grandes ações estratégicas, escolhe a diretoria, da qual Klajner é presidente. As diferentes áreas são representadas por diretores executivos. “Toda a gestão operacional é profissionalizada”, diz Klajner.

“As recomendações estratégicas chancelam os valores da instituição com mandatos que não são curtos, de modo a assegurar a continuidade da boa gestão”, diz o presidente. O Einstein aderiu ao modelo de governança Triple Aim, criado pelo Institute for Healthcare Improvement, principal referência mundial em qualidade e segurança na atenção à saúde. O esquema pressupõe um esforço coordenado em três dimensões — experiência do cuidado, abordagem populacional e custos per capita. Elas dão sustentabilidade aos sistemas de saúde para enfrentar os desafios globais. Em particular, a instituição tem dado atenção à diversidade, e criou o programa Gente Eficiente para abraçar essa causa. Profissionais com deficiência, por exemplo, são recebidos em frentes de capacitação.

Os valores citados por Klajner se referem aos preceitos judaicos que motivaram o grupo de “médicos visionários”, fundador da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein. Baseiam-se em quatro palavras em hebraico — mitzvá, refuá, chinuch e tsedaká —, ou seja, boas ações, saúde, educação e justiça social. A eles se somaram valores organizacionais: honestidade, integridade, diligência, justiça, altruísmo, autonomia, profissionalismo e trabalho em equipe. Criada em setembro de 1955, a entidade teve a pedra fundamental assentada por Hans Albert Einstein, filho do físico que lhe dá o nome. O setor educacional chegou em 1977, com a faculdade de enfermagem.

“Há um legado transmitido a cada mudança de administração”, diz Klajner. “Quando assumi, em 2016, o mote foi renovar a gestão com uma nova geração de profissionais.” Por ser de caráter filantrópico, o hospital se organiza financeiramente num modelo que destina o lucro a reinvestimento. “Obtemos recursos de doadores empresariais ou individuais, por meio de um setor de captação para cada projeto, e não por doações permanentes”, diz o presidente do hospital. “Essas doações, mais recursos de caixa reinvestidos, financiam as atividades.” Como exemplo, Klajner menciona a construção do novo prédio para o centro de estudos e pesquisa, que não parou em nenhum momento. A inauguração deve ocorrer em 2021.

Com oito unidades de atendimento privado no estado de São Paulo, na capital e em Sorocaba, e quatro clínicas também na capital, o Einstein atua ainda no SUS há mais de 15 anos, por meio de 23 unidades públicas de saúde, responsáveis por 1,2 milhão de pessoas. Participa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) com projetos assistenciais, estudos de avaliação e de incorporação de novas tecnologias, ensino, gestão e capacitação de profissionais. Em 2019,  investiu R$ 215 milhões em projetos de pesquisa e capacitação ligados ao Proadi. “Temos o objetivo de manter a sustentabilidade de todo um sistema de saúde com base em prevenção e manejo de tecnologia”, afirma Klajner.

“O Einstein é uma organização caracterizada pela obsessão de fazer mais e diferente, e isso ficou claro em diversos momentos da nossa história, como quando o hospital se tornou o maior centro de tecnologia em saúde do país”, diz o presidente. “Criou-se um ecossistema pautado pela inovação, que sensibilizou os colaboradores e os funcionários.” A estratégia é tentar fazer com que essa importância se reflita também na educação. Em 2019, foi lançada a unidade de ensino à distância Atualização Médica Personalizada, com mais de 12 mil alunos, além da primeira turma de ensino médio, para a formação técnica em saúde.

Com um quadro de quase 9,5 mil médicos e 781 mil atendimentos em 2019, o Hospital Israelita Albert Einstein foi eleito pela revista americana Newsweek, em maio de 2020, o 38º melhor do mundo e, pelo 11º ano consecutivo, o melhor da América Latina. O Hospital Municipal M’Boi Mirim Dr. Moysés Deutsch ficou em primeiro lugar entre os hospitais públicos brasileiros, e na 27ª posição no ranking geral. A essas credenciais se soma, agora, a de Empresa do Ano do Época NEGÓCIOS 360º.

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