Após 6 aquisições, Sequoia fatura R$ 1 bilhão neste ano

Valor Econômico
Jornalista: Alexandre Melo


20/01/20 - A sexta aquisição feita pela Sequoia Logística colocou a transportadora de cargas no caminho para abrir capital em bolsa. Para este ano a receita estimada é de de R$ 1,25 bilhão.

Em 26 de dezembro, a empresa assinou a compra da paulista Transportadora Americana (TA), mas meses antes já havia incorporado as rivais Texlog e a Nowlog, com presenças fortes no Rio de Janeiro e Nordeste.

Fundada em 2010 por Armando Marchesan Neto, egresso da varejista online B2W, a Sequoia poderá faturar R$ 1,25 bilhão neste ano, um crescimento de 76% ante 2019. O fundo americano Warburg Pincus detém 70% do capital social da companhia. Os acionistas já estão conversando com bancos para tentar ir ao mercado de capitais entre este ano e 2021.

Com a TA, que gerou receita de R$ 280 milhões em 2019, a Sequoia atuará com carga fracionada nos modais rodoviário expresso e aéreo. “Este tipo de entrega é tendência com a redução dos estoques das lojas e a integração dos canais físico e on-line. Cargas menores são entregues de caminhão em diversos estabelecimentos”, disse Marchesan Neto.

O potencial de sinergias comerciais com a TA oscila entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões porque a Sequoia também oferecerá este serviço aos atuais clientes. A TA atua nos setores de eletroeletrônicos, farmacêutico, cosmético, têxtil e vestuário. A transação foi submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Nas aquisições e no aumento da capacidade instalada foram investidos R$ 300 milhões. Os recursos vieram da geração de caixa, de aportes dos principais acionistas e de uma emissão de debêntures de R$ 100 milhões neste ano.

Fernando Stucchi, diretor financeiro, disse que para este ano os investimentos serão de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões para aumentar a operação. Doze empresas estão no radar, sendo que duas delas são de software. “As próximas aquisições poderão definir se a Sequoia será listada na B3 ou nos Estados Unidos, com opções na Nyse e Nasdaq [a Bolsa de Nova York e a bolsa eletrônica, respectivamente].”

Alguns bancos de investimento dizem que se as duas empresas de software sob análise forem compradas, talvez seja mais vantajoso abrir o capital na Nasdaq. A transportadora tem os balanços auditados pela EY e as aquisições pela Deloitte.

“Por enquanto, olhamos mais o mercado brasileiro. Para a listagem é interessante que a empresa tenha Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] acima de R$ 100 milhões. A previsão é atingir essa marca neste ano”, disse Stucchi. A margem Ebitda deve atingir 10%. Em 2019 ficou em 9,3%.

A planejada oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) será a porta de saída do sócio Warburg Pincus, que entrou na Sequoia em 2014. O Warburg poderá vender sua participação no IPO ou mesmo para outro fundo de investimento. Em 2012, a empresa recebeu um aporte do fundo BR Partners e da Joá Participações e logo depois comprou a Linx Fast Fashion.

Marchesan Neto disse que a transportadora detém 16% do volume de entregas de pedidos feitos pelo comércio eletrônico no país, atrás dos Correios, que lidera esse tipo de serviço, segundo dados da Nielsen. O varejo on-line representará 47% da receita da Sequoia em 2020. Os principais clientes são Amazon, Mercado Livre e Netshoes, que pertence ao Magazine Luiza.

“O potencial de crescimento da empresa é enorme, considerando que a participação do ‘e-commerce’ no varejo brasileiro é pequena”, disse o fundador. Na China, as compras via web têm penetração de 23%, nos Estados Unidos, 9%, e no Brasil, 4%.

O setor financeiro representa 30% da receita da empresa. Safrapay, Rede e Santander são clientes que precisam transportar “maquininhas” de pagamento, talões de cheques e cartões. O vestuário representa 11%, com Renner e C&A como os principais clientes.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob