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Focada em terapias especializadas, farmacêutica tem hoje 28 estudos clínicos para combate a diferentes tipos de câncer

by ANA CAROLINA NUNES  - Época Negócios

Com a idade média da população mundial – incluindo a brasileira – aumentando e as pessoas vivendo mais, o segmento de saúde tem feito esforços em pesquisas e na busca por tratamentos de doenças relacionadas ao envelhecimento.

Visando suprir essa demanda crescente, a Sanofi Genzyme, unidade de terapia especializada em alta complexidade da farmacêutica Sanofi, tem investido para acelerar a inovação em sua área de oncologia. “A terapia especializada é um dos nossos pilares estratégicos, por isso buscamos tratamentos cada vez mais inovadores”, diz Rafael Prado, Diretor Geral da Sanofi Genzyme.

A companhia fez uma pesquisa, em parceria com a The Economist Intelligence Unit (EIU), que mostrou que a proporção da população com 65 anos chegará a 27,1% em 2050 no mundo, e ultrapassa os 20% no Brasil. Isso tem impactos na saúde, ressalta Rafael. Na população entre 25 e 39 anos, a taxa de casos de câncer a cada 100 mil pessoas é 59. Entre os 55 e 69 anos, a taxa sobe para 731. Acima dos 70 anos, pode ser de quase 1.500 para cada 100 mil.

Em 2019, a Sanofi direcionou 6 bilhões de euros para a área de Pesquisa & Desenvolvimento da companhia. O Brasil, país entre as 10 maiores operações da farmacêutica no mundo e o segundo mercado emergente mais importante para a companhia, atrás da China, recebeu 13 milhões de euros do montante total, direcionado para a Unidade de Estudos Clínicos de São Paulo. Ainda em 2019, foram iniciados oito estudos clínicos pela Genzyme em oncologia, em parceria com 50 centros de pesquisa. Ao todo, atualmente a Genzyme, conduz 72 estudos clínicos, sendo 28 em oncologia.

As parcerias e aquisições são parte estratégica do investimento da Sanofi Genzyme para crescer no segmento de oncologia. Em 2020, a companhia concluiu a aquisição da Synthorx, empresa de biotecnologia focada em prolongar e melhorar a vida de pessoas com câncer e doenças autoimunes, por 2,5 bilhões de euros. Isso permitiu incluir no seu portfólio a imunoterapia THOR-707, em desenvolvimento para o tratamento para tumores, a grande aposta do laboratório para ser o carro-chefe de sua classe de medicamentos.

Outra aquisição recente relacionada a imuno-oncologia foi a Ablynx, empresa biofarmacêutica envolvida na descoberta e desenvolvimento de Nanobodies, uma nova classe de proteínas terapêuticas baseadas em fragmentos de anticorpos. A operação foi de 3,9 bilhões de euros.

No início de 2021, a Sanofi Genzyme fechou mais uma aquisição. Com um pagamento inicial de US$ 1 bilhão, o laboratório adquiriu a a Kymab, biofarmacêutica que atua no desenvolvimento de anticorpos monoclonais humanos com foco em doenças imunomediadas e terapêutica imuno-oncológica. O acordo prevê o pagamento de mais US$ 350 milhões após cumprimento de marcos acordados em contrato.

Dentro de oncologia, os segmentos trabalhados são pele (principalmente não melanomas), pulmão, mieloma múltiplo e mama. Também no último ano, a farmacêutica recebeu aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o Libtayo, medicamento para um tipo raro de câncer de pele, o carcinoma espinocelular de pele, anteriormente sem opção de tratamento, a não ser a cirurgia, que nem sempre é possível de se realizar. 

Neste ano, a empresa planeja lançar ainda um novo tratamento para câncer de pulmão de células não pequenas. Trata-se de uma imunoterapia, anti-PDL1. Boa parte dos medicamentos desenvolvidos pela Sanofi Genzyme são imunobiológicos, ou seja, ajudam o sistema imunológico do paciente a combater as células cancerígenas. Dentro desse conceito, entre as moléculas inovadoras em fase avançada de desenvolvimentos está a isatuximabe, um anticorpo monoclonal que está em fase 3 - testes clínicos - e teria resultado em ampla redução no risco de progressão ou morte em um tipo específico de mieloma múltiplo de difícil tratamento.

Segundo Rafael, a Sanofi Genzyme se concentra em um esforço global para ampliar capacidade para desenvolver mais produtos e que sejam mais eficiente, além de atuar para fomentar a inovação no mercado de saúde como todo. “A expectativa desde 2019 é muito grande, pois temos um grupo de moléculas bastante rica. Estamos investindo de forma robusta e estruturada nessa busca por soluções com eficácia e segurança para doenças complexas, que hoje tem pouca ou nenhuma solução existente”, conta Rafael.

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