Aspen Pharma planeja importação menor e mais MIPs

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Com 11 anos de atuação no Brasil, a sul-africana Aspen Pharma aposta na produção própria de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) para ganhar corpo no varejo farmacêutico. Como parte dessa estratégia, a indústria antecipou de cinco para três anos a injeção de R$ 70 milhões no mercado nacional.

Os investimentos abrangem a ampliação da planta de Serra, no Espírito Santo. O plano é incrementar em 50% o volume produzido e em 80% a capacidade de armazenamento. No ano passado, a empresa produziu 195 milhões de comprimidos, 1,5 milhão de frascos e 912 mil unidades de semissólidos (pomadas). “A fábrica atende exclusivamente ao mercado brasileiro, mas a expansão visa a torná-la um polo de exportação para a América Latina”, ressalta o CEO Alexandre França.

Parte do aporte também se destina à aquisição de medicamentos hoje importados ou fabricados por terceiros. No fim de novembro, a companhia reservou R$ 20 milhões para deter os direitos de comercialização de dois fármacos da Sanofi – o regulador intestinal Benastere 3 e o repositor de cálcio Osteo 18.

A produção desses medicamentos, porém, ainda ficará concentrada na farmacêutica francesa por três anos, até a certificação das linhas de produção da Aspen pela Anvisa. “A valorização do dólar comprometeu os custos de todo o setor e comprimiu as margens, o que motivou essa migração do mix para a nossa casa. Nosso plano é que a importação não chegue a 50% do portfólio”, avalia França. “Além disso, queremos simplificar a operação, já que hoje temos uma produção nacional própria, outra sul-africana e ainda de terceiros”, complementa.

Aposta no varejo farmacêutico

O varejo farmacêutico representa em torno de 50% da receita total, mas a companhia estima ampliar essa participação. O restante provém dos mais de 3 mil hospitais onde a indústria está presente, especialmente na categoria de anestésicos. “Estamos mirando produtos maduros que já não ocupam o topo das prioridades de outras indústrias, mas que possuem uma demanda reprimida e espaço para crescer também no canal farma”, comenta.

Três MIPs da linha fabricada por terceiros responderam por 43% do faturamento de R$ 490 milhões da Aspen Pharma em 2020 – o fitoterápico Calman, da Myralis; o Leite de Magnésia Philips, cuja produção é da Natulab; e a Magnésia Bisurada, da Pfizer.

Este último, indicado para o combate a distúrbios estomacais, teve crescimento de três dígitos nas vendas durante a pandemia e estimula as projeções de França no Brasil – atingir R$ 650 milhões de receita em 2021 e, no ano seguinte, alçar o patamar de R$ 750 milhões.

“A Magnésia Bisurada tem uma capilaridade de 80%, o que será de extrema relevância para puxar as vendas dos demais medicamentos. Se pensarmos no contingente de 80 mil farmácias existentes no Brasil, as possibilidades para crescer são infinitas”, conclui.

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