Bionovis aposta em “remédio vivo”

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por Angelo Verotti

Isto É Dinheiro

Especializada no mercado de medicamentos biológicos ou biofármacos (produzidos a partir de células vivas), a farmacêutica brasileira Bionovis dá importante passo rumo ao projeto de produção de biofármacos de alta complexidade na planta em Valinhos, no interior de São Paulo.

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Criada em 2012, a empresa formada pelos grupos EMS, Hypera Pharma, Aché e União Química vai investir R$ 421 milhões até o final de 2021 na implantação de programa para o desenvolvimento de dois produtos – o Betainterferona 1 A (em parceria com a alemã Merck, é utilizado para tratar esclerose múltipla) e o Infliximabe (em parceria com a belga Janssen Cilag, é usado no tratamento de outras doenças autoimunes, como a artrite reumatóide).

Em ambos os casos, a companhia terá a Bio-Manguinhos/Fiocruz como parceiro local.

Os remédios serão repassados ao Ministério da Saúde para atender a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS). “A pandemia (coronavírus) mostrou como o Brasil é vulnerável em momentos de crise na área da Saúde. Somos totalmente dependentes do exterior.

E estamos rompendo com isso para que logo mais o Brasil se torne independente nesta área”, diz o presidente da Bionovis, Odnir Finotti.

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Divulgação

O executivo revela, por exemplo, que durante uma década o governo brasileiro gastou R$ 6,5 bilhões na importação do medicamento Adalimumabe (usado para tratamento da artrite reumatóide), porque não havia produção no País.

Além de ter gasto R$ 3,5 bilhões em dez anos na aquisição do Etanercepte (também para artrite reumatoide), hoje distribuído pela Bionovis. “E o que ficou no Brasil? Nada. Nem profissional especializado em como fazer um produto como esse. Foi dinheiro que saiu diretamente da balança comercial para o exterior.”

O projeto da Bionovis será plenamente operacional em 2022, quando a unidade estará habilitada a iniciar a produção dos biofármacos em escala industrial visando abastecer o mercado brasileiro. Finotti acredita que a farmacêutica terá capacidade de produzir 250kg de proteína para fabricação de medicamentos biológicos, volume que garantirá a capacidade de abastecimento do mercado interno e também do externo.

No total, a empresa integra dez Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) com o governo federal e pretende lançar outros cinco produtos nos próximos anos.

O presidente afirma que a companhia já investiu cerca de R$ 320 milhões para ampliação da planta, aquisição de equipamentos (importados da Alemanha, Itália e Suíça) e implantação de estruturas de câmaras frias, essenciais para receber e manter os medicamentos dos parceiros internacionais. “O processo está bastante avançado.

Já conseguimos fazer lá a transferência da tecnologia e, a partir de outubro, a unidade estará preparada para começar a produzir o Infliximabe (indicado para doenças como psoríase e artrite reumatoide).”

A farmacêutica, segundo Finotti, investiu em estudos e desenvolvimento de um único produto de alta complexidade cerca de US$ 100 milhões em um ano – R$ 524 milhões na cotação de quarta-feira (24). A Bionovis faturou R$ 450 milhões em 2019 e prevê atingir R$ 600 milhões neste ano.

O executivo revela a missão de, em dez anos, tornar a Bionovis uma empresa global de biotecnologia farmacêutica. “Queremos ter o nosso produto próprio até 2027. Pretendemos desenvolver o clone, a célula, o processo e produzi-lo.”

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