Brasil ainda não vive 2ª onda do coronavírus, diz estudo

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Valor Econômico
Jornalista: Hugo Passarelli


31/07/20 - O aumento de casos do novo coronavírus no Brasil na semana passada ainda não configura uma segunda onda de infecções, afirma relatório do Covid-19 Analytics e do Observatório Fluminense da Covid-19. No entanto, os pesquisadores dos dois grupos de estudo alertam que a situação segue delicada em boa parte dos municípios brasileiros e não é possível relaxar as medidas de prevenção no momento.

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Entre 19 e 25 de julho, a 30ªsemana epidemiológica, a base de dados do Ministério da Saúde registrou cerca de 320 mil novos casos de covid-19 pelo país, um aumento de quase 40% em relação às 230 mil ocorrências registradas na semana anterior.

“Tal preocupação chegou nos últimos dias ao noticiário e, por consequência, à sociedade civil. Embora essa seja uma preocupação relevante e plausível em algumas cidades, não há ainda evidências nos dados que indiquem a presença de uma segunda onda no momento atual”, afirmam os pesquisadores no relatório.

Apesar de ter feito soar um alerta sobre a possibilidade de nova disseminação acelerada da doença, o crescimento da estatística pode ter outras explicações, diz o estudo. A 29ª semana epidemiológica, imediatamente anterior aos sete dias mais recentes da análise, foi marcada por uma queda expressiva no registro de casos nos Estados. No Rio de Janeiro, por exemplo, a Secretaria estadual de Saúde não computou nenhum caso no dia 18 de julho.

Assim como o represamento de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), os diferentes estágios da doença entre as regiões brasileiras também precisam ser considerados. “A epidemia em algumas microrregiões ainda está em um estágio inicial, caracterizado por crescimento exponencial; enquanto que em outras está em processo de transição ou, até mesmo, esgotamento”, diz o relatório.

Por isso, os pesquisadores apontam que é improvável, nos próximos meses, observar aumento ou queda sincronizados de casos nos Estados brasileiros.

Os receios sobre uma segunda onda de novo coronavírus ganharam força a partir dos dados estaduais de 19 a 25 de julho. Segundo o relatório, 18 unidades federativas registraram alta de casos ante a média das três semanas anteriores: RJ (139%), GO (119%), RO (97%), MS (73%), RS (69%), MT (62%), SC (55%), TO (54%), BA (43%), SE (40%), SP (38%), RR (31%), PB (16%), MG (16%), PE (15%), CE (13%), PR (7%) e PI (3%).

No entanto, prosseguem os pesquisadores, houve um número muito baixo de casos pouco antes do aumento observado na 30ª semana. “Em Rondônia foram dois dias sem registros de casos (18 e 19 de julho), seguido de um grande aumento no dia 20. A partir do dia 21, os números voltaram ao padrão observado historicamente”, diz o relatório.

Em outros locais, como Sergipe, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, o número de casos já vinha aumentando, o que era esperado nesta fase da epidemia.

Há ainda um terceiro grupo de Estados, que inclui Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, que observaram três e dois dias consecutivos, respectivamente, de poucas ocorrências para então voltarem ao padrão histórico.

E, em algumas regiões não é possível detectar um padrão. “Na Bahia, houve um aumento grande no dia 22 de julho. Desde então os números caíram, mas isto pode ser devido somente a efeitos sazonais”, afirma o relatório.

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