Valor Econômico 
Jornalista: Ana Paula Machado


25/03/20 - A GFB, empresa farmacêutica brasileira, vai iniciar as operações no Paraguai para a produção de medicamentos à base de cannabis. O projeto prevê plantio, produção e exportação para o Brasil. Daniel Rodrigues, diretor financeiro da companhia, disse que a escolha pelo país vizinho foi em razão dos benefícios concedidos pelo governo local.
Um deles, segundo o executivo, a carga tributária paraguaia é fixada em 10% da receita, enquanto que em outros países, como Brasil e Colômbia, essas despesas representam 30% do faturamento. Outra razão é que o projeto contempla também o plantio da cannabis para a produção do princípio ativo, o que não é permitido pela legislação brasileira. “Além disso, o custo de energia também é bem menor no Paraguai. E energia corresponde a 59% das despesas de plantio e produção desse tipo de medicamento. Outro fator é a isenção de tarifas para exportar para o Brasil. O nosso foco é o mercado brasileiro”, disse.

Rodrigues afirmou, ainda, que a expectativa é que a o plantio se inicie no fim deste ano e para isso serão investidos, ao todo, US$ 21 milhões. “O projeto todo é de uma área plantada de 50 mil metros quadrados, mas, nesse primeiro momento, vamos usar somente 10 mil metros quadrados. Pela licença concedida pelo governo paraguaio, temos dois anos para plantar em toda a área. Dessa forma, neste ano devemos desembolsar US$ 5 milhões”, afirmou o executivo.

Até iniciar o plantio, o executivo adiantou que a GFB firmou uma parceria com o laboratório paraguaio Alianza Farmaceutica, para o início da produção dos medicamentos importando o princípio ativo dos Estados Unidos. A farmacêutica irá importar 55 galões de extrato nessa primeira fase. “Em três a quatro meses devemos começar a fabricar o remédio para exportar para o Brasil. Nessa etapa, devemos produzir 100 mil unidades do medicamento. Após o início do plantio vamos começar a produção em nossa fábrica, já temos a licença também para essa etapa do projeto”, afirmou.

Rodrigues adiantou que o projeto prevê a produção de 11 milhões de unidades por ano, sendo que o medicamento é uma solução oral a base de canabidiol. “Esse medicamento segue as especificações da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], com índices de THC inferiores a 0,02%”, afirmou o executivo. A GFB, no entanto, ainda não pediu o registro do medicamento à Anvisa. Segundo Rodrigues, a empresa está preparando os documentos para enviar o pedido à agência. “Estamos em negociação com um distribuidor brasileiro, que já representa duas marcas de medicamentos à base de cannabis e é um dos grandes importadores desses remédios, para uma joint venture e, após a conclusão desse acordo, vamos iniciar o processo de registro do medicamento”, afirmou Rodrigues sem informar com qual empresa negocia no país.

Ao fim de 2021, caso tudo ocorra como o estimado, a GFB deverá alcançar receita de US$ 30 milhões e a produção de 1 milhão de unidades do medicamento. “Essa primeira fase, contempla o plantio e o início da produção em nossa fábrica.”

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