Capitais seguem ritmos distintos de vacinação contra a Covid

Folha de S.Paulo 

Jornalista: Fernanda Canofre, Katna Baran, João Valadares, Mônica Prestes e Paula Sperb

O ritmo de vacinação contra a Covid-19 tem apresentado grandes discrepâncias entre as capitais brasileiras. Enquanto algumas prefeituras já aplicaram metade ou mais das doses enviadas, outras utilizaram menos de 20% dos imunizantes recebidos. A partir de 8 de fevereiro, o estado de São Paulo vai começar a vacinar idosos que vivem fora de asilos —a primeira leva é de 206 mil pessoas com mais de 90 anos.

 

A primeira fase, com trabalhadores da saúde, indígenas, quilombolas e idosos que vivem em asilos, envolve a vacinação de 1,6 milhão de pessoas. Até 12h da última sexta (29), 328 mil haviam sido vacinadas.

 

A segunda dose será aplicada 28 dias depois da primeira (quem foi vacinado em 17 de janeiro, por exemplo, volta em 14 de fevereiro). Em Manaus, entre os dias 19 e 28 últimos, 14% das doses das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca que chegaram para a primeira fase da campanha haviam sido aplicadas.

 

Em meio a investigações sobre fraudes na lista de prioridades e desvio de doses, a vacinação na capital amazonense chegou a ser suspensa pela Justiça Federal entre a tarde do dia 20 de janeiro e o dia 22. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Manaus recebeu 114.212 imunizantes, suficientes para a vacinação de 57 mil pessoas (incluindo as duas doses).

 

Foram vacinadas 8.134 pessoas, sendo 7.747 profissionais de saúde, 231 indígenas e 156 idosos institucionalizados. A prefeitura não informou quando estima concluir a aplicação de todas as doses da primeira fase. Antes da suspensão, a previsão era a última sexta.

 

A primeira remessa, com 40.072 doses da Coronavac, chegou a Manaus no dia 18 de janeiro. Já a segunda, com 74.140 doses da Oxford/AstraZeneca, que chegou à capital no último sábado, só foi liberada para a prefeitura na quinta.

 

As doses ficaram retidas em cumprimento a determinação da Justiça Federal, que condicionou a liberação à apresentação, pela prefeitura, de um plano de vacinação compatível com o Plano Nacional de Imunização —entregue na noite de quarta (27).

 

Com as duas remessas, a estimativa é vacinar 79% dos profissionais de saúde das redes pública e privada, 100% dos indígenas aldeados, 100% dos idosos acima de 75 anos e 37% dos idosos de 70 a 74 anos.

 

A vacinação dos idosos acima de 80 anos começou na sexta e vai até 3 de fevereiro, com atendimentos ordenados por mês de nascimento. Em Belém, entre 20 e 27 de janeiro, foram aplicadas 57% das 19.838 doses recebidas pela prefeitura para a primeira fase da campanha. A programação da Secretaria Municipal de Saúde é concluir a vacinação dos 19.446 trabalhadores da saúde e 392 idosos albergados que integram o grupo prioritário em dez dias, ou seja, até 30 de janeiro.

 

Já a vacinação dos indígenas aldeados é de responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena. Em 1º de fevereiro a prefeitura pretende iniciar a segunda fase da campanha, que vai expandir o grupo prioritário para outros profissionais de saúde, idosos a partir de 80 anos, indígenas, quilombolas e profissionais da segurança pública, com a meta de vacinar mais 20.045 pessoas. Não foi divulgado um cronograma para as fases seguintes.

 

No Recife, entre 19 e 29 de janeiro, haviam sido aplicadas 33% das 38.600 doses da Coronavac recebidas. Metade foi guardada para a segunda dose, que deve começar a ser aplicada em 3 de fevereiro. A previsão é de que, até 8 de fevereiro, todas primeiras doses da Coronavac tenham sido aplicadas.

 

O Recife vacina, em média, 1.436 pessoas por dia. Segundo a prefeitura, até agora foram vacinados 12.055 trabalhadores da saúde, 759 idosos com mais de 60 anos em asilos e 65 adultos com deficiência que vivem em residências inclusivas. A capital pernambucana recebeu ainda 16.520 doses da Oxford/AstraZeneca, usadas para vacinar até agora 2.830. Salvador não especificou quantas doses foram aplicadas de cada vacina. Segundo o vacinômetro municipal, 34.133 pessoas foram vacinadas desde 19 de janeiro, o que corresponde a 3.103 vacinações por dia.

 

Do total, 84,2% são trabalhadores da saúde. Em Fortaleza, 2.900 pessoas estão sendo vacinadas por dia, com um total de 29.042 que receberam o imunizante. A capital do Ceará recebeu 37.818 doses da Coronavac e 25.460 da Oxford/AstraZeneca. A prefeitura não informou quando o processo de vacinação da primeira etapa deve ser encerrado nem especificou a quantidade de cada tipo de vacina que já foi aplicada. Em Curitiba, entre 20 e 29 de janeiro, 54% das primeiras doses da Coronavac recebidas haviam sido aplicadas.

 

Do total de 54.990 unidades disponíveis, metade foi guardada para aplicação da segunda dose, que só deve se iniciar quando a primeira etapa for finalizada –não há previsão. Segundo a prefeitura, foram vacinados 4.378 moradores, funcionários e cuidadores de instituições de longa permanência; 73 indígenas, 128 vacinadores e 10.262 profissionais dos serviços de saúde. Não há previsão para início da imunização de pessoas de fora desses grupos.

 

A capital paranaense recebeu 20.380 doses da vacina da AstraZeneca, mas ainda não começou a aplicá-las nem deu prazo para que isso aconteça. Após reclamações de profissionais de saúde que enfrentaram filas de mais de duas horas para receber o imunizante, a prefeitura descentralizou a vacinação, que estava ocorrendo em um só local.

 

Em Campo Grande, até quinta, 8.580 pessoas receberam a primeira dose da Coronavac, sendo 7.999 delas profissionais da saúde. Também foram vacinados 549 idosos e 32 pessoas com deficiência de instituições de longa permanência, concluindo a primeira vacinação desse público.

 

O município recebeu um primeiro lote de Coronavac com 23 mil doses —quase 75% já foram aplicadas. Houve uma nova remessa com 9.340 doses da Oxford/AstraZeneca exclusivas para profissionais de saúde. Uma terceira remessa, com 3.600 unidades da Coronavac, foi encaminhada na sexta para a vacinação de idosos acima de 80 anos, que somam cerca de 18 mil pessoas.

 

Foi criado um cronograma por faixa etária para aplicação dessas doses a partir da segunda (1º). Em Belo Horizonte, foram realizadas 51.293 aplicações da primeira dose da vacina do Butantan até quinta. Além das 135.270 mil doses recebidas, outras 58,1 mil doses seriam retiradas na quinta —40,5 mil da AstraZeneca e 17,6 mil da Coronavac.

 

A previsão era ter todas as primeiras doses aplicadas até sexta, o que não ocorreu. Até quarta (27), Cuiabá havia vacinado 4.691 pessoas, usando somente doses da Coronavac. A capital de Mato Grosso recebeu 17.687 doses, incluindo as do imunizante da AstraZeneca. Segundo a prefeitura, a central de vacinação é capaz de atender 2.000 pessoas por dia, mas não tem atingido esse teto.

 

A expectativa de aplicar 8.027 doses em uma semana não se concretizou. A explicação, segundo a prefeitura, é de que o grupo de trabalhadores da saúde na capital representa mais de 23 mil pessoas, mas estão sendo priorizados aqueles na linha de frente da Covid-19.

 

 

A cidade do Rio de Janeiro vai começar a vacinar todos os idosos de 80 anos ou mais contra a Covid-19 na segunda. Para evitar aglomerações, a nova etapa será feita de forma segmentada por idade.

 

A capital fluminense já aplicou a primeira dose dos imunizantes em mais de 100 mil cariocas. Segundo a gestão Eduardo Paes (DEM), a etapa dos idosos asilados e das pessoas com deficiência que vivem em instituições de longa permanência foi concluída. O estado fluminense recebeu pouco mais de 758 mil doses de imunizantes, sendo 573 mil da Corovavac e 185 mil da Oxford/AstraZeneca. Em Florianópolis, até quarta (27), 4.492 pessoas foram vacinadas, a maioria com doses da Coronavac —apenas 38 com a Oxford/AstraZeneca. Porto Alegre havia vacinado 31.226 pessoas até quarta.

 

Todos receberam uma dose da Coronavac. As 32 mil doses da AstraZeneca/Oxford serão dedicadas exclusivamente aos profissionais da saúde, seguindo uma orientação da Secretaria Estadual de Saúde.

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