Cepa indiana pode ter feito 1ª morte

Correio Braziliense 
Jornalista: Indefinido

A Secretária de Estado de Saúde Pública do Rio Grande do Norte confirmou a morte de um paciente com suspeita de ter contraído a variante indiana da covid-19. O óbito ocorreu na última segunda-feira, mas só foi divulgado ontem. A vítima, um homem de 29 anos, tinha ido recentemente ao Maranhão, onde foram registrados os primeiros casos da variante indiana, trazida pela tripulação do navio MV Shandong da Zhi — que chegou à Baía de São Marcos em 14 de maio, de uma viagem que começou na Malásia.

“Com RT-PCR confirmado para a covid-19, o paciente foi hospitalizado e encontrava-se internado em isolamento em terapia intensiva, instável e com suporte ventilatório, recebendo toda assistência que o caso requer. Porém, foi a óbito na segunda-feira”, disse a Sesap, em nota. Ainda aguarda-se o resultado da análise genética que mostrará com qual cepa ele estava infectado.

Se for confirmado, será o primeiro caso oficial de pessoa contaminada com a cepa indiana no Rio Grande do Norte. Na última terça-feira, a Secretaria havia divulgado que o estado tinha dois casos suspeitos da variante, afirmando que “os pacientes se encontram em isolamento, cumprindo os protocolos, assim como as pessoas que tiveram contato com os enfermos. As amostras serão enviadas para a Fiocruz e Instituto Evandro Chagas (IEC) com a finalidade de investigar possível contaminação pela nova variante no estado”.

Mas, ontem, a secretaria anunciou que apenas um paciente suspeito de estar infectado pela cepa B.1.617, a mutação indiana, teve amostra enviada para análise. A Sesap não esclareceu se o paciente que morreu é um dos dois casos suspeitos que já eram investigados ou se seria um terceiro infectado.

Nove confirmações

Até o momento, o Brasil tem nove casos confirmados da variante. O mais recente é o de uma mulher de Apucarana (PR), com 71 anos e que tem comorbidades. Ela chegou a ser internada em 6 de abril, mas logo teve alta. O filho dela foi infectado e não resistiu à força do novo coronavírus e morreu. O marido também contraiu a doença. Ainda no Paraná, um segundo caso, em Cascavel, está sendo investigado: um homem de 38 anos foi infectado, mas ainda não há a confirmação.

Os demais casos da variante indiana são seis em São Luís, um em Campos dos Goytacazes (RJ) e um em Juiz de Fora (MG). O Ministério da Saúde informou que os casos no Espírito Santo, no Pará, no Distrito Federal e no Ceará foram descartados para a mutação.

De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a B.1.617 é mais contagiosa se comparada à variante britânica, mas ainda não se sabe se está relacionada a situações mais graves da covid-19 e se aumenta o risco de reinfecção. Acredita-se que ela se dissemine mais rápido, só que cientistas não sabem dizer se é mais letal e mais transmissível. Apenas em 10 de maio é que a agência das Nações Unidas classificou a B.1.617 como “preocupação global”, apesar de ter sido detectada em 2020.

De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), nas últimas 24 horas ocorreram 2.507 mortes, totalizando 467.706 óbitos ao longo da pandemia. O número de casos de terça-feira para ontem foi de 95.601 — e 16.720.081 pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

Fiocruz ganha banco de células para IFA

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recebeu, ontem, bancos de células e de vírus necessários para produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacional necessário para a produção da vacina covid-19 na instituição. O material, vindo dos Estados Unidos, desembarcou no Aeroporto Internacional Tom Jobim, às 8h03. Após desembaraço aduaneiro, seguiu para o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), onde o imunizante de Oxford/AstraZeneca será produzido. O banco de células foi enviado em nitrogênio líquido, mantido a uma temperatura de aproximadamente -150ºC. O material veio em gelo seco, a cerca de -80ºC. Os dois componentes compõem a base para a produção do IFA. O material, considerado o “coração” da tecnologia, chega no dia seguinte à assinatura do contrato de transferência de tecnologia, que ocorreu na tarde da última terça-feira.

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