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G1 

Fonte: EPTV

22/12/20 - Cientistas da Unicamp estudam a eficácia de um antibiótico para combater a obesidade. O medicamento, já aplicado contra infecções bacterianas, atua em uma enzima considerada importante em células adiposas e, segundo os pesquisadores, é capaz de transformar a gordura branca, cuja função é acumular energia no corpo, na gordura marrom, que tem propósito de manter o calor, por meio da aceleração do metabolismo. O resultado foi capa de publicação da revista Science Advances.

Os pesquisadores da Unicamp trabalham em parceria com o laboratório AstraZeneca, o mesmo que atua no desenvolvimento de uma das vacinas contra o novo coronavírus. O estudo foi feito até este momento com uso de camundongos e, no próximo passo, a expectativa dos cientistas é conseguir alterar a composição do antibiótico para a última bateria de testes. Veja abaixo detalhes.

Como funciona?
O Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades da Unicamp estuda há seis anos um medicamento para queima de gordura. Durante a pesquisa, os participantes constaram que a "enoxacina" se mostrou eficiente para acelerar o metabolismo do organismo.

"Existem vários fármacos que já são utilizados para outras finalidades, uso clínico, a gente sabe que são seguros, mas que a gente pode descobrir que eles atuam em outras moléculas e outras patologias [...] Esse fármaco, essa enoxacina, esse antibiótico, além de servir como bactericida, ele também atua numa enzima muito importante nas nossas células adiposas, na nossa gordura, que é a enzima dicer", destaca o pesquisador Marcelo Mori.

Na prática, a dicer funciona como uma balança no organismo. Ela controla os estoques de gordura, branca e marrom. Com este uso do antibiótico, a enoxacina, a gordura branca diminui e se transforma na marrom, que provoca calor e favorece a perda de peso.

"Então, ao invés de acumular essa energia, transformar o açúcar em gordura, como o tecido adiposo branco faz, o tecido adiposo marrom, que é estimulado pela enoxacina, ele transforma essa glicose em tijolinhos menores na célula e usa essas moléculas para dissipar energia, para produzir calor", diz Mori.

Imagens de microscópio digitalizadas indicam que o uso do antibiótico faz a gordura branca diminuir, enquanto a marrom aumenta e faz o corpo produzir mais calor, como se estivesse com febre.

A Science Advances, onde foi feita a divulgação dos resultados, é uma das publicações científicas mais importantes do mundo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 60% dos brasileiros estão no grupo de obesos ou pessoas com excesso de peso.

"A gente, mais para frente, gostaria de desenvolver um ensaio clínico onde a gente utilizaria essas moléculas que não têm o efeito antibiótico, sobre humanos, para ver se o efeito acontece e pode ser usado esse medicamento novo. Seria um medicamento novo, poderia ser usado para o tratamento da obesidade e das suas complicações", conclui Mori.

Riscos
O médico endocrinologista Bruno Geloneze explica quais problemas estão associados à obesidade. "Quando a pessoa tem excesso de peso, e em especial quando tem excesso de peso no abdômen, que a gente chamar de gordura abdominal, ela vai ter mais chances de ter diabetes tipo 2, mais chances de ter apneia de sono, dificuldades na respiração, mais chance de ter gordura no fígado, mais chance de ter doenças cardiovasculares, articulares e até mesmo mais de desenvolver alguns tipos de tumores."

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