GENIALIDADE E CANCELAMENTO: AS NOVAS CARACTERÍSTICAS DA GERAÇÃO MIMIMI
Colunista: Jéssica Araújo
O mercado de trabalho vem recebendo diversas mudanças de protagonismo em sua evolução. Antigamente se procurava estabilidade nos empregos públicos e só tinha sucesso quem cursava faculdade. Depois, veio a necessidade do MBA, dos idiomas além do inglês e no foco na carreira. Tivemos a enxurrada de CEOs cada vez mais jovens e a quebra do paradigma de permanecer na mesma empresa por anos. Agora estamos no momento de inovação, resiliência, inteligência emocional e de desafiar o status quo. Até aí fantástico e, faz parte da evolução natural da humanidade.
Ocorre que, junto com esse bônus vem o ônus do despreparo. Os jovens, mais precisamente da geração Z são gênios indiscutíveis. Ainda não sabemos o que a ALPHA vai nos mostrar, mas a Z trouxe um novo ar para todos os tipos de negócio. A visão deles é surreal, a inquietude, a busca do novo, a quebra do ostracismo, a imersão nas mídias sociais. Tivemos nós que nos “coçar” muito e ainda temos para acompanhar. Apesar disso tudo ser muito benéfico nas empresas e na economia, é importante ressaltar que a experiência lhes falta e muito. Nós, da geração X, Y vivemos, a meu ver, o melhor dos mundos: conhecemos a ficha telefônica, o cartão telefônico, o beep, a evolução dos primeiros telefones celulares. Nós passamos a infância estudando em livros na biblioteca, mas, adolescemos imergindo na internet e hoje estamos aí, aprendendo a usar o TikTok e como engajar mais nas mídias possíveis. Aí está o ponto: estamos aprendendo e dispostos a aprender.
Essa nova geração acha que está pronta. Acha que conhece muito das questões da sociedade, linhas políticas, lutas raciais, guerras no mundo, doenças só porque leu um ou dois artigos. Levantam bandeiras das quais não se dão o trabalho de entender a origem. Porque tudo está na mão deles, tudo está pronto. E para imergir e ser mais embasado precisa ter disposição e eles tem a preguiça. Ninguém está pronto. Nem eu, nem você, nem eles. Estamos em um processo. Mais longo para uns, mais curto para outros e nisso, há que se ter a humildade de se colocar em posição de aprendiz e não já chegar achando que vai dar aula.
Minha intenção aqui não é segregar o mercado de trabalho. É ponderar as boas práticas que cada um pode trazer numa organização. É fomentar a diversidade, a discussão, o ponto de vista, mas, sem querer ser o dono da razão. Não aos exageros de militância sobre o comportamento do outro. O sentido de palavras como sororidade, antirracismo, homofobia, desconstrução, lugar de fala, deve ser tratado com cautela e atenção sim. Mas, isso não pode virar um motivo para cercear a liberdade de expressão das pessoas e julgamentos impiedosos que não são embasados por tolerância e parcimônia. Vamos errar sempre, mas, o que dá o direito a essa nova geração de dizer que não erra e apontar para os demais crucificando-os? É importante sempre lembrar que ao apontar o erro do outro os demais dedos da mão ficam apontados para nós mesmos.
Por fim, quero ressaltar: não é uma competição. É uma convivência. Nós enquanto pais, padrinhos, madrinhas, tios mais velhos precisamos mostrar esse exemplo de ponderação. Estar mais próximos deles e sim e, monitorar. A gente só ganha a liberdade e confiança quando consegue diferenciar da libertinagem. E da nossa parte aqui, continuar aprendendo com eles o que a jovialidade tem de melhor.
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Sobre a autora
Jéssica Araújo é técnica em nutrição, farmacêutica e coach pela Sociedade Brasileira de Coaching. Também atua em Educação e Treinamento na Abbott Farmacêutica, com passagens pela Catarinense Pharma, Pfizer, Libbs e EMS
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Este artigo é de inteira responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha programática e ideológica da Rede Social Dikajob.
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