Consumo de antigripal recua com a pandemia

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Valor Econômico 

Jornalista: Ana Paula Machado

03/08/2020 - Com a pandemia, o comportamento do brasileiro mudou na hora de ir à farmácia. Segundo dados da consultoria especializada no setor farmacêutico IQVIA, em março, no início da pandemia, a compra de medicamentos antigripais cresceu quase 50%, chegando a 26,56 milhões de unidades, o que representou receita de R$ 282, 52 milhões.

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Nos meses seguintes até junho, no entanto, as vendas desses remédios caíram em relação ao ano passado. O recuo mais expressivo, de acordo com os dados, foi em junho, no início do inverno, quando foram vendidos 10,89 milhões de unidades ante 19,20 milhões de caixas no mesmo periodo do ano passado. A receita neste mês foi R$ 118,49 milhões e em junho de 2019, R$ 222,36 milhões.

Esse comportamento em março, segundo o presidente executivo do Sindicato da Indústria Farmacêutica (Sindusfarma), Nelson Mussolini, ocorreu por uma antecipação de compra desses medicamentos em função da que vai puxar o volume do ano”, ressaltou Mussolini. “Se proteger, contra qualquer tipo de vírus, é o que vai pesar. Proteção ainda é um bom método de saúde.”

Para Marcus Sanchez, vice-presidente do grupo EMS, as vendas de antigripais deverão ser menores neste ano no comparativo com 2019. “O mercado deverá apresentar recuo de 2% a 5%, quase estabilidade, mas em 2021 vai ser igual ao que foi vendido em 2019”, disse o executivo.



Sanchez também atribui esse recuo nas vendas de antigripal ao novo comportamento do consumidor brasileiro que, com a pandemia, tem se cuidado mais. “Na pré- pandemia, ocorreu o estoque de medicamentos, essa gripe não veio, dado o isolamento das pessoas. Outra categoria que perdeu venda foi a de antibiótico, que caiu cerca de 40% entre abril e junho. Dois mercados que sofreram demais, mas que tendem a voltar”, disse Sanchez.

A EMS tem em seu portfólio o Multigripe, na categoria de antigripal, e em junho comercializou 2,4 milhões de unidades, segundo a IQVIA. Sanchez informou que de abril a junho a marca cresceu 16,9%. “Estamos conseguindo fazer um ano bastante importante, apesar do mercado mais adverso. Há bastante guerrilha, a concorrência é grande, se estamos crescendo e ganhando participação, estamos tirando de alguém”, disse o executivo.

Para João Adibe, presidente da farmacêutica brasileira Cimed, além desses fatores, a temperatura mais elevada nos meses de inverno, época em que mais se vende antigripais, deverá manter a tendência de queda nos números. “Pode haver uma terceira onda de consumo, se tiver uma frente fria que faça cair a temperatura, afirmou Adibe.


A Cimed é dona da marca Cimegripe, que deteve cerca de 45,4% das vendas no mercado brasileiro em junho. Naquele mês, foram vendidas 32,67 milhões unidades, uma alta de 19,4% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Esse volume rendeu à marca o primeiro lugar em vendas, segundo números da IQVIA.

“Esse é o único produto nessa categoria dentro do nosso portfólio e vendemos 35 milhões de unidades por ano, o que representa 8% do nosso volume. Em receita, o Cimegripe tem uma participação de 10%”, disse Adibe.

O executivo ressaltou, ainda, que outro fator que diminuiu as vendas de antigripal no mercado brasileiro foi a busca das pessoas pelo aumento da imunidade. Com isso, as vendas de vitaminas tiveram salto de 12,5% no primeiro semestre deste ano, chegando a 75,72 milhões de unidades. “Será o grande legado da pandemia.”

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