Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações avalia que vacina produzida pelo Butantan pode ser importante para vacinação no Brasil em 2022

Produzido por Vinícius Tadeu*da CNN

em São Paulo

Em entrevista à CNN, a pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), afirmou que a Coronavac pode se tornar uma boa alternativa para a vacinação de crianças no Brasil.

“A Anvisa ainda precisa de mais dados para licenciar, mas a Coronavac, teoricamente, pela plataforma e pelo tipo de vacina, seria excelente para crianças, talvez até para adolescentes”, disse Ballalai. A médica afirmou ainda que não é o momento de retirar nenhuma vacina do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Muito menos as que a gente vai fabricar. Afinal de contas, foi isso que o país apostou, na autossuficiência da produção de vacinas Covid-19.”

Na última sexta-feira (8), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, apresentou o planejamento de vacinação para 2022, que envolve apenas os imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca.

A pediatra diz acreditar que, em 2022, as crianças serão incluídas na campanha contra a Covid-19 e citou que a agência brasileira “não encontrou nada que demonstrasse algum perigo em relação à Coronavac para crianças, mas ela [a Anvisa] quer mais dados demonstrando que a vacina é eficaz e segura”.

Ballalai lembrou o exemplo do Chile, país vizinho que já está aplicando o imunizante no público infantil. “Outros países, como o Chile, já estão usando a própria Coronavac para crianças acima de 5 ou 6 anos. Eu não tenho nada contra, mas a gente precisa que o Instituto Butantan encaminhe novos dados para a Anvisa”, declarou.

Outro imunizante que tem chances de ser aprovado para uso em crianças é o da Pfizer. “A Pfizer está buscando nos Estados Unidos, e a gente entende que licenciando lá, dificilmente a Anvisa não vá aprovar aqui. Claro, vai revisar, mas não vejo motivos. Foi assim com adolescentes, não demorou muito o licenciamento no Brasil depois que os Estados Unidos aprovaram”, afirmou a vice-presidente da SBIm.

Carnaval

A pediatra comentou também os planos de realização do Carnaval 2022 e afirmou que, na opinião dela, o evento não deveria ser realizado. “Eu, sinceramente, não acho que [a gente] deva fazer uma festa com 100% de flexibilização e com pessoas vindo de fora. Eu acho que não é o momento”. Para além disso, a médica diz não acreditar que seja viável a implementação de regras dentro da festa. “Eu acho impossível fazer um Carnaval com regras de protocolos de Covid-19. Pode ser um grande risco, sim.”

Em relação às novas flexibilizações e à discussão sobre a desobrigação do uso de máscaras, Isabella Ballalai diz que, para o assunto avançar, o Brasil precisa alcançar uma cobertura vacinal maior. “Vai depender de um município ou outro, e não era o caso de Duque de Caxias”, disse. A especialista ressalta a importância de uma ação de comunicação do governo junto com a retirada das restrições. “Junto com isso, é fundamental educar a população, porque a impressão, quando a gente diz que podemos retirar as máscaras, é que está tudo normal.”

* (supervisionado por Elis Franco).

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