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Vacina russa Sputnik 5 | - Divulgação/instituto gamaleya

Por Angela Correa

Jornal Metro News

A corrida para obter uma vacina eficaz contra o coronavírus, e capaz de imunizar toda a população mundial, está avançando cada vez mais rápido do que o esperado anteriormente. “O desenvolvimento de uma vacina costuma demorar anos, ver resultados como esses em tão pouco tempo é sem dúvida algo positivo”, afirma Christian Palavecino, pesquisador e acadêmico da Universidade Central, na Colômbia.

Estaríamos enfrentando uma “Guerra Fria” de vacinas? Se for considerada uma dinâmica competitiva, pode-se dizer que sim. “Ao contrário da Guerra Fria histórica, aqui não são armas, mas avanços científicos importantes. É mais como uma corrida espacial”, afirmou o pesquisador Palavecino.

Uma das vacinas dos Estados Unidos, do laboratório Pfizer em conjunto com a alemã BioNTech, constatou ter 90% de eficácia, já a dose Sputnik 5, da Rússia, demonstrou dados de eficácia avaliados em 92%.

“Não é uma grande diferença. Mas, sem dúvida, ter mais de 90% é algo muito positivo”, disse ao Metro World News Miguel O’Ryan, pesquisador responsável pelo ensaio da vacina Janssen, desenvolvido pela Universidade do Chile.

90% é a eficácia da vacina desenvolvida pela norte-americana Pfizer com a alemã BioNTech. Participaram dos testes 43,5 mil voluntários. A dose é baseada em uma plataforma de RNA mensageiro

92% é a taxa alcançada pelos russos com as doses da Sputnik 5. Cerca de 20 mil pessoas foram testadas para essa vacina, que é baseada em vetor adenoviral inativado em sua elaboração

Para O’Ryan, mais do que correr para ter a vacina, é preciso existir “seriedade nos estudos clínicos”. O acadêmico aponta as diferenças entre as vacinas Pfizer e Sputnik 5: “A Pfizer testou a vacina em mais pessoas e também teve casos do novo coronavírus entre as amostras. Dessa maneira, já que a Rússia testou menos pessoas, os números da dose ainda podem variar”.

“Também é importante saber os efeitos do imunizante em mais seis meses. A eficácia de 90% é sinal de que estamos no caminho certo, mas ainda há muito que avançar nesse processo”, explicou o especialista.

Com o mesmo raciocínio, Paola Murgas, acadêmica e pesquisadora do Centro de Biologia Integrativa da Universidade Mayor, de Chile, conta que “quando esses resultados foram divulgados, a comunidade científica deu um alarme. É 90% eficaz. Mas em que sentido?”, questionou a especialista.

Como O’Ryan, Murgas também pede mais informação e seriedade nas comunicações dos avanços científicos desta natureza. Segundo especialistas entrevistados pelo Metro World News, ainda é preciso tomar cuidado com falsas expectativas.

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