Covid-19: farmacêuticas trabalham em comprimidos antivirais

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Depois das vacinas, as companhias farmacêuticas estão agora na corrida para desenvolver um tratamento que possa ser tomado em casa com um copo de água (Crédito: Reprodução/Unsplash)

Isto É Dinheiro

As farmácias poderão ter em breve nas suas prateleiras fármacos com eficácia comprovada contra a COVID-19? Depois das vacinas, as companhias farmacêuticas estão agora na corrida para desenvolver um tratamento que possa ser tomado em casa com um copo de água quando os primeiros sintomas da infeção aparecerem.

Já existem antivirais para outros vírus, como o HIV, causador da Aids, e da gripe. No início da pandemia, os estudos concentraram-se no desenvolvimento das vacinas, o que explica em parte o atraso no desenvolvimento de antivirais contra o coronavírus.

“Os antivirais costumam ser pequenas moléculas químicas, desenvolvidas para interferir neste maquinário”, diz Daria Hazuda, bioquímica que trabalha há anos nestes tratamentos.. “Eles introduzem uma mutação no vírus e quando isto ocorre várias vezes, estas mutações reduzem a capacidade do vírus de se replicar”, acrescenta.

Ao conter a doença, podem evitar os casos graves, as hospitalizações e as mortes.

Os projetos em curso
Atualmente há dois projetos relativamente avançados, aprovados em mais de mil pessoas. O primeiro é o do laboratório farmacêutico americano Merck, em associação com a empresa de biotecnologia Ridgeback Biotherapeutics. O produto chamado Molnupiravir.

Desenvolvido inicialmente para tratar a gripe, foi modificado para que possa ser tomado na forma de comprimido, que deve ser ingerido em duas doses diárias durante cinco dias.

O tratamento tem sido muito bem tolerado pelas poucas centenas de pessoas que já o receberam. Exames de várias dezenas delas mostraram que o vírus já não era detetável depois de cinco dias para todos os tratados com Molnupiravir, mas ainda era detetável em 26% do grupo placebo. Os resultados dos testes em outros 1.450 adultos são esperados para os próximos meses.

O segundo projeto é da empresa farmacêutica suíça Roche, em colaboração com a empresa americana Atea Pharmaceuticals. Denominado AT-527, o tratamento está sendo testado em 1.400 participantes na Europa e Japão, desta vez a partir dos 12 anos. “Esperamos solicitar a aprovação dos reguladores no final do ano e lançar o medicamento em 2022”, disse o diretor-geral da Atea, Jean-Pierre Sommadossi.

Um terceiro projeto, menos avançado, é desenvolvido pela Pfizer. Diferentemente dos demais, o tratamento, denominado PF-07321332, foi desenvolvido especificamente contra o SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19. Está sendo  testado em cerca de 60 adultos e os resultados são esperados no fim de junho.

Um desafio é ser ingerido rapidamente
Tanto a Merck como a Roche exigem que o medicamento seja tomado nos cinco dias seguintes ao aparecimento dos sintomas. Isto deve-se ao fato de o vírus se replicar mais durante a primeira semana. “Quanto mais cedo se tratar com um antiviral, melhor será o resultado”, diz Daria Hazuda, que dirige a pesquisa sobre o medicamento da Merck.

Esta informação explica o relativo fracasso do Remdesivir, o único antiviral contra a Covid-19 aprovado até agora. Produzido pelo laboratório americano Gilead Sciences, deve ser tomado por via venosa no hospital. Desta forma significa que os pacientes estarão com a doença em estágio muito avançado para obter algum benefício real.

Uma vez disponíveis, o principal desafio será diagnosticar os pacientes precocemente e prescrever este tipo de fármacos antivirais.

A prevenção
Mas estes antivirais também deveriam poder ser usados na prevenção: por exemplo, quando o membro de uma família se infeta, os demais podem tomar o tratamento para evitar desenvolver a doença.

Por último, especialistas confiam na capacidade dos antivirais para continuar a ser eficazes contra as atuais e possíveis novas variantes, assim como contra outros coronavírus que possam surgir no futuro.

Esta é uma vantagem significativa sobre outro tratamento existente, os anticorpos sintéticos. Além de serem restritivos porque são injetados por via intravenosa, os anticorpos são muito específicos para o vírus que combatem, e portanto é pouco provável que sejam eficazes contra futuros coronavírus.

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