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Pílula Farmacêutica #61: Descoberta de sildenafil para disfunção erétil foi acidental

Testado inicialmente para tratar angina, o citrato de sildenafil se mostrou capaz de aumentar o fluxo sanguíneo no pênis

Por Rita Stella - JORNAL DA USP

Esta edição do Pílula Farmacêutica fala sobre a descoberta do primeiro tratamento para disfunção erétil. Como outros felizes acidentes da história farmacêutica, pesquisadores observaram os efeitos benéficos da droga sildenafil (remédio mais conhecido pelo nome comercial Viagra) na disfunção erétil, enquanto testavam a substância para tratar a angina.

E tudo se explica, como adianta a acadêmica Giovanna Bingre, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, pela relação da angina (dor no músculo cardíaco em decorrência de falta de fluxo sanguíneo) com outros fatores como acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e também com a impotência sexual.

Segundo a acadêmica, são todas condições orgânicas, provocadas principalmente pela arteriosclerose (doença multifatorial que decorre da hipertensão, do diabete, tabagismo e sedentarismo, entre outras), quando há obstrução arterial e dificuldade da passagem do sangue.

Como foi descoberto o Viagra?

“O sildenafil funciona dilatando as artérias, promovendo um maior fluxo de sangue para o corpo e, assim, diminuindo a dor”, afirma Giovanna, dizendo que, por esse motivo, em 1994, uma companhia farmacêutica norte-americana desenvolveu uma droga com o citrato de sildenafil para o tratamento de angina.

Mas, logo nos primeiros testes clínicos com a droga, os pesquisadores observaram que “os corpos cavernosos do pênis também começaram a receber um fluxo maior de sangue, o que causava ereção”, conta a acadêmica.

Como até então não existia medicamento algum aprovado para tratar disfunção erétil, o remédio ficou famoso no mundo todo. Após algumas modificações, em 1988, o sildenafil obteve aprovação do FDA (Food and Drug Administration, órgão de controle dos EUA), chegando ao Brasil poucos anos depois.

Efeitos colaterais do sildenafil

O achado farmacêutico significou melhora na qualidade de vida de pessoas que sofrem com impotência sexual, o que antes do sildenafil era considerado tabu e sem opção de tratamento medicamentoso. Contudo, o benefício só é válido para a população masculina. E, assim mesmo, não sem efeitos colaterais ou contraindicações.

Entre as reações adversas, quem toma o medicamento pode ter dor de cabeça, tontura, visão embaçada e, em casos raros, ser atacado de “cianopsia”, em que a pessoa passa a enxergar tudo na cor azul.

Assim, o sildenafil é contraindicado para homens menores de 18 anos, por pessoas com baixa pressão arterial e portadores de doenças cardíacas.

Outro alerta que Giovanna faz é que o sildenafil não cura a impotência sexual masculina, já que o problema pode ter diversas causas diferentes e o remédio serve apenas como uma solução temporária, dependente de estímulo sexual.

Segundo a acadêmica, a melhor solução para quem suspeita sofrer de impotência sexual é procurar um médico, que deve buscar os motivos da condição e indicar o tratamento mais adequado.

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