DOENÇAS PULMONARES GRAVES: Um SUS forte favorece a todos

Correio Braziliense 
Jornalista: Gabriela Bernardes

O Sistema Único de Saúde (SUS) terá papel preponderante no tratamento e no fornecimento de medicamentos para pessoas com doenças respiratórias graves, entre elas, a fibrose cística. É o que acredita o deputado federal Luiz Antônio Teixeira (PP-RJ), Dr. Luizinho. Para ele, é preciso valorizar o SUS, que foi e está sendo fundamental no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

“Nós precisamos, no Brasil, fazer um trabalho muito grande de organização do sistema de saúde. Encarar cada uma das doenças para perceber de que forma conseguimos, efetivamente, levar todas as alternativas terapêuticas até a ponta, desde o diagnóstico precoce até o transplante”, afirma o parlamentar, que já comandou a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. Quanto mais organizado o SUS estiver, melhor será o atendimento à população.

No entender do deputado, o fortalecimento do SUS beneficiará a população em geral e, principalmente, aqueles com doenças raras que não têm condições financeiras para se tratarem. “Isso serve para todo tipo de pessoas com doenças raras que têm dependência muito forte de medicamentos que são fornecidos diretamente pelo SUS. Primeiro, pelo seu valor agregado, pois são medicações de alto custo, segundo, pela dificuldade de compra”, comenta.

Dr. Luizinho ressalta que o Sistema Único de Saúde é testado a todo momento, sobretudo para a incorporação de novas tecnologias, cujos benefícios são dar melhor qualidade de vida às pessoas com doenças graves e entender a idade média de todos. “A área da saúde é a mais impactada pelas novas tecnologias. Em todos os setores produtivos, a entrada de novos meios de tecnologia barateia o custo. Na saúde, uma nova tecnologia aumenta o custo, diferentemente de tudo o que a gente vê nas outras áreas. Obviamente que, com as pessoas vivendo mais, com o aumento da expectativa de vida e novas tecnologias, há um impacto maior na saúde e no seu custo financeiro”, frisa.

O importante, no entanto, é salvar vidas. E isso não tem preço. “Acho que a parte mais importante desse processo é que, cada vida que a gente salva, cada vida transformada, cada medicação que a gente possa utilizar para tirar um doente crônico de uma vida que estaroa alijada da sociedade, cada vida útil que vai trabalhar e produzir, temos um impacto também do ponto de vista socioeconômico para o nosso país”, afirma.

Segundo Dr. Luizinho, uma evolução importante para o diagnóstico rápido de várias doenças foi a implementação do resultado on-line para o Teste do Pezinho, exame feito a partir do sangue coletado do calcanhar do bebê e que permite identificar diversas doenças graves. “Hoje, a mãe, por meio de um acesso simples na internet, com o número do papel-filtro e com a data de nascimento da criança, já tem o resultado. Da mesma maneira, ela pode ser avisada de forma mais breve e não fica dependendo de o sistema imprimir o exame e mandá-lo pelos Correios, para só então chegar no posto de saúde e a criança ter o diagnóstico muito tardio”, afirma.

O deputado conta que, à época em que esteve na Secretaria de Saúde do Rio, observava, em levantamentos oficiais, que 30 mil crianças por ano não realizavam o Teste do Pezinho. “Quando fomos investigar, na verdade, eram mais de 100 mil crianças que não faziam o teste. Isso é muito grave”, enfatiza. Ele ressalta, ainda, que a relevância do teste se deve, principalmente, pelo diagnóstico precoce das doenças. Por isso, o recomendado é que o exame seja realizado nos primeiros dias de vida do recém-nascido. “Tínhamos crianças que só faziam o teste com 6 meses de idade, o que atrapalhava no diagnóstico e no tratamento”, lembra.

Para o parlamentar, também é preciso investir na qualificação dos profissionais da atenção básica, a fim de melhorar o atendimento e diagnóstico. “Outro fator é o fortalecimento do diagnóstico na atenção básica. Nós precisamos melhorar a formação do nosso profissional médico para dar diagnósticos. Alguns sinais e sintomas que são detectados pelo próprio pediatra, pelo clínico ou pelo médico que está ali podem ajudar no tratamento precoce. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor a via de tratamento”, afirma.

Luta contra o tabaco

Para Dr. Luizinho, além de facilitar o acesso dos brasileiros a medicamentos e a testes que podem antecipar diagnósticos, é preciso promover uma campanha contra o uso do tabaco, que está diretamente relacionado com a prevenção de doenças pulmonares. “Essa é uma luta constante. Nós temos alguns trabalhos e projetos de lei para o aumento da carga tributária contra o tabaco e para a formação de um fundo que possa ajudar no enfrentamento dessas doenças, com os recursos específicos”, afirma.

Dados da última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), mostram que os usuários de derivados de tabaco correspondem a 12,8% dos entrevistados. O número é menor do que o registrado em 2013, de 14,9%, mas ainda muito elevado. Tanto que o número de pessoas com doenças respiratórias cresce a cada ano. O perfil básico de usuários de derivados do tabaco é de homens na faixa etária de 40 a 50 anos, sem instrução e fundamental incompleto.

“O Brasil já teve um grande avanço na redução dos fumantes, mas, com a entrada de cigarros eletrônicos, a tendência mundial é de que ocorra um retrocesso nessa área. Então, a prevenção é importante”, diz. O levantamento do Ministério da Saúde destaca o consumo de cigarro eletrônico, que utiliza substâncias com nicotina, entre jovens acima de 15 anos — 0,6% entre os entrevistados. Segundo o estudo, o uso desses produtos está concentrado em cidades maiores e em classes sociais com maior renda, indicando a vulnerabilidade dos grupos mais jovens para a dependência de nicotina.

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