O Estado de S.Paulo 
Jornalista: Bruna Arimathea

A edição de 2021 da CES (Consumer Eletronics Show), maior feira de eletrônicos dos EUA, foi prejudicada pela covid-19.
Acostumado a mostrar robôs, TVs ultrafinas e toda sorte de traquitana, o evento, que aconteceu totalmente online entre 11 a 14 de janeiro, incorporou máscaras futuristas e os mais variados tipos de purificadores e esterilizadores.
A Razer, por exemplo, anunciou uma máscara equipada com ventilador para regular o fluxo de ar, filtros e até um sistema de microfone e amplificador para melhorar a comunicação abafada pela proteção. O item é recarregável e promete filtrar “pelo menos 95% do ar”.
Já a LG lançou uma máscara que, diz a empresa, é capaz de filtrar até 99,95% de germes, vírus e bactérias do ar. A fabricante coreana também anunciou uma linha de geladeiras, a InstaView, que atende ao comando de voz para abrir a porta e esteriliza a água diretamente no filtro, usando luz ultravioleta.
A tecnologia, inclusive, foi bastante explorada pelos participantes.
A empresa chinesa de robótica UBTech lançou robôs que fazem a desinfecção do coronavírus – com 99,9% de eficácia, segundo a empresa – e de outras doenças por meio da luz ultravioleta. E a Targus, de mochilas e acessórios, apostou em uma luminária que usa o mesmo recurso para esterilizar objetos.
O destaque da “clean tech” (produtos tecnológicos de limpeza) não surpreendeu.
Segundo Daniel Franulovic, diretor de Ecossistema de Inovação da Accenture Technology, a área da saúde já estava em pauta, mas um maior número de startups se voltou para a questão em 2021.
“A covid teve um impacto bastante relevante e a gente já esperava ver como esses dispositivos responderiam a essas novas demandas comportamentais”, afirma Franulovic ao Estadão.
Porém, para Renato Franzin, professor da Universidade de São Paulo (USP), os produtos têm maior efeito prático do que inovador. Segundo ele, os dispositivos estão adaptando métodos que já existiam, normalizando o que antes era considerado “neurótico”.
Toda a empolgação com os produtos, porém, deve ser observada com calma: muitos ainda não têm previsão de chegada ou sequer lançamento no Brasil. Os gadgets da CES reforçam que a tecnologia está a serviço do combate ao vírus, mas que a boa e velha máscara no rosto e o álcool em gel na mão ainda não estão prontos para sair de cena.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob