O Globo
Jornalista: Pedro Zuazo
Diante da escalada da pandemia no Estado do Rio, com mais de mil infectados à espera de internação, a Rede D’Or anunciou que vai ativar mais 140 leitos públicos para o tratamento de pacientes com Covid-19. Serão 50 em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) em um hospital federal. Além disso, o grupo pretende abrir 90 vagas exclusivas para pacientes com corona- vírus no Hospital São Francisco da Providência de Deus, na Tijuca, que é conveniado. Todos vão entrar no sistema de regulação do governo estadual.
—Quando a pandemia começou e atingiu o Rio gravemente, em abril do ano passado, tomamos uma série de medidas para ajudar o estado. Ativamos alguns leitos em hospitais públicos, e abrimos 400 em dois hospitais de campanha (na Barra e no Leblon), erguidos com recursos da iniciativa privada, que praticamente zeraram a fila de espera por vagas para pacientes graves de Covid no estado —disse Leandro Reis Tavares, vice-presidente da Rede D’Or São Luiz.
Com o desmonte dos hospitais de campanha, parte dos equipamentos foi usada para implementar novos eitos na rede SUS do Rio. Recentemente, a Rede D’Or também abriu 16 leitos de UTI e 14 de terapia semi-intensiva no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), em Vila Isabel.
O médico Marcelo Canet- ti, assessor da direção do Pedro Ernesto, disse que, apenas com as doações da Rede D’Or, foi possível criar vagas exclusivas para Covid-19. Antes, os leitos eram adaptados de UTls que se destinavam ao tratamento pós- operatório de pacientes com doenças como pneumonia e AVC.
—Até então, as unidades eram transformadas para atender os casos de corona- vírus. Agora, nós criamos leitos Covid com esta doação. Aumentou nossa capacidade de atendimento sem prejudicar os casos de infarto e AVC e as cirurgias oncológicas e cardiovasculares, por exemplo —explicou Canetti.
Ainda de acordo com o vice-presidente da Rede D’Or, em breve o grupo irá abrir 50 novas vagas na rede federal —o nome do hospital não foi divulgado. Está nos planos ainda assumir a gestão de outros 50 leitos públicos, em outro lugar. Segundo Tavares, até agora, foram investidos ao todo R$ 320 milhões no Brasil em ações de apoio à rede de saúde pública, sendo R$ 220 milhões do caixa da Rede D’Or e R$ 100 milhões de empresas parceiras.
— É fundamental que o setor se mobilize, que a sociedade se mobilize, para dar apoio ao poder público nessa abertura de leitos. Existem muitos deles fechados no setor público do Rio, e é preciso fazer um esforço para ativar vagas —disse Tavares.
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