O Globo 
Jornalistas: Clarissa Pains, Evelin Azevedo e Heloísa Trajano

18/10/20 - A pandemia de Covid-19 trouxe grandes transformações para o cotidiano médico, e algumas deixaram legados que devem ser incorporado permanentemente à prática, dizemos próprios profissionais ouvidos pelo GLOBO.

O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) em todas as etapas de atendimento é um deles. A necessidade de proteção contra o novo vírus fez com que fosse adotado um protocolo rígido de paramentação que incluía a retirada quase cirúrgica dos equipamentos para evitar o contágio. Pós pandemia, o procedimento deverá continuar, sobretudo em prontos-socorros, para proteger os profissionais não apenas do coronavírus, mas também de outros agentes infecciosos transmitidos pelo ar.

Além disso, durante a crise da Covid-19, também ocorreu a consolidação da telemedicina, autorizada no país em caráter emergencial no começo da crise. A consulta remota foi aliada, inclusive, na triagem de quem, diante dos sintomas da Covid, deveria ou não procurar um pronto-socorro no auge da pandemia.

— Embora não substitua a medicina presencial, a telemedicina complementa e facilita o acesso, resolvendo muitas coisas e direcionando de maneira muito mais racional aquilo que precisa ir para a consulta presencial — destaca Rubens Belfort Junior, presidente da Academia Nacional de Medicina, que lembra ainda que a modalidade pode economizar tempo e dinheiro tanto de profissionais quanto de pacientes.

Presidente do Cremesp, Irene Abramovich faz um alerta sobre excessos na prática:

— A medicina não pode ser exercida o tempo todo via internet, porque é uma relação humana, de ouvir e examinar o paciente.

A confiança e busca por orientação da ciência, com suas descobertas quase em tempo real, foram destacadas pelo patologista Helio Magarinos Torres Filho, diretor médico do laboratório Richet, como outro grande avanço nos últimos meses:

— Nunca se teve tão rápido uma descrição de uma doença como tivemos sobre a Covid. Toda a comunidade científica, dos laboratórios e das pesquisas trabalharam bastante.

A relação médico-paciente também foi transformada nos últimos meses. Os profissionais de saúde se tornaram o apoio emocional dos pacientes internados em isolamento e aponte comas famílias, que não podiam estar presentes. Muitos são os relatos de ficaram próximos de seus médicos após superarem grandes dificuldades.

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