Estatinas reduzem a gravidade da Covid-19, diz estudo

saude-estatina-20161213-01.jpg?profile=RESIZE_710xPacientes que tomam estatina regularmente correm um risco 50% menor de desenvolver a forma grave da doença. iStock/Getty Images

Estudo sugere que a remoção do colesterol das membranas celulares impede que o coronavírus entre nas células

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As estatinas, medicamentos para baixar o colesterol amplamente usados, estão associadas a um risco reduzido de Covid-19 grave e menor tempo de recuperação, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos. Uma segunda equipe de pesquisadores da mesma universidade descobriu um possível mecanismo por trás do achado: remover o colesterol das membranas celulares impede que o coronavírus invada as células.

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No primeiro estudo, publicado no periódico científico American Journal of Cardiology, os pesquisadores analisaram retrospectivamente prontuários eletrônicos de 170 pacientes com Covid-19 e 5.281 pacientes sem a doença internados na UC San Diego Health entre fevereiro e junho de 2020. Os dados incluíam a gravidade da doença, tempo de internação hospitalar, desfecho e uso de estatinas, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) e bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRAs) dentro de 30 dias antes da admissão hospitalar.

Entre os pacientes com Covid-19, 27% estavam tomando estatinas ativamente quando foram admitidos no hospital, 21% usavam um inibidor da ECA e 12% tomavam bloqueadores do receptor de angiotensina II. O tempo médio de internação foi de 9,7 dias. Os resultados mostram que o uso de estatina antes da internação hospitalar devido à Covid-19 foi associado a uma redução de mais de 50% no risco de desenvolver a forma grave da doença e a uma recuperação mais rápida, em comparação com aqueles que não tomaram o medicamento para baixar o colesterol.

“Descobrimos que as estatinas não são apenas seguras, mas potencialmente protetoras contra uma infecção grave de Covid-19. As estatinas podem inibir especificamente a infecção por SARS-CoV-2 por meio de seus conhecidos efeitos anti-inflamatórios e capacidades de ligação, pois isso pode potencialmente interromper a progressão do vírus.”, disse Lori Daniels, professora e diretora da Unidade de Terapia Intensiva Cardiovascular da UC San Diego Health.

Alguns dias depois, uma segunda equipe da universidade publicou um estudo no periódico científico The EMBO Journal sobre os mecanismos por trás dessa proteção. Os pesquisadores concluíram que além da enzima ECA 2, o novo coronavírus precisa do colesterol (normalmente encontrado nas membranas celulares) para se fundir e entrar na célula. As estatinas tem como objetivo remover o colesterol dos vasos sanguíneos, mas elas também removem a substância das membranas celulares, o que pode impedir a entrada do vírus nas células e contribuir para a prevenção ou redução da gravidade da infecção pelo SARS-CoV-2.

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