Gastos com remédio recém-aprovado para o Alzheimer podem ultrapassar o orçamento da NASA (Imagem: Reprodução/iLexx/Envato Elements)

Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | Canaltech

No começo deste mês, a agência federal norte-americana FDA (Food and Drug Administration) aprovou o primeiro medicamento para combater uma causa provável da doença de Alzheimer, o Aduhelm, desenvolvido pela empresa de biotecnologia Biogen Idec. Agora, especialistas discutem o quanto a medicação pode custar, anualmente, para os cofres públicos, através do Medicare — o sistema de seguros de saúde gerido pelo governo norte-americano. Segundo projeção, o custo pode ultrapassar o valor pago para o financiamento das atividades da NASA ou dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

A comunidade médica ainda discute as evidências de que o Aduhelm pode ser um aliado no combate ao Alzheimer, no entanto, o seu uso já foi aprovado. No futuro, algumas informações sobre os seus efeitos ainda devem ser compartilhados com a FDA. Independente disso, o remédio poderá chegar para norte-americanos, e alguns especialistas entrevistados pelo jornal The New York Times calculam que os custos com o remédio podem variar de US$ 5,8 bilhões a US$ 29 bilhões (de R$ 28,4 bilhões a R$ 142,4 bilhões) por ano.

As previsões de custo variam, porque os analistas não têm certeza de quantos pacientes usarão o novo medicamento. Afinal, a aprovação da FDA pode se aplicar aos pacientes com o diagnóstico da doença de Alzheimer, com foco naqueles que estão nos estágios inciais. Cerca de 1,5 milhão de pacientes poderiam estar aptos.

Vale ressaltar que, no Medicare, os usuários do sistema de saúde devem pagar uma parte dos custos e isso varia caso a caso. Dessa forma, a conta é uma estimativa geral dos custos para a compra do medicamento.

O preço exorbitante da luta
Por mais que os gastos com o Aduhelm possam chegar à casa dos US$ 56 mil (aproximadamente 275 mil reais), por ano, para cada paciente, ele não é o medicamento mais caro dos EUA. O diferencial é que esta é a única droga com aprovação para evitar a progressão da doença e que há um mercado potencial de milhões de pacientes no país, que consumirão essa mesma medicação por anos.

Na projeção mais baixa de impacto no orçamento, o medicamento se tornará o segundo mais oneroso para a saúde do país, perdendo apenas para o Eliquis, usado no tratamento de doenças cardíacas. Caso alcance o teto da previsão, a medicação contra o Alzheimer custará mais do que orçamento da NASA, calculado em US$ 23 bilhões (112,9 bilhões de reais). Também será mais caro do que as atividades anuais dos CDC, estimadas em US$ 8 bilhões (39,3 bilhões de reais).

“É incompreensível”, comentou Tricia Neuman, diretora-executiva da Kaiser Family Foundation sobre os possíveis custos do medicamento para o Medicare. “Esses números são insanos”, ressaltou. Analistas também defendem que o novo medicamento pode desencadear um aumento de 50% nos gastos anuais do Medicare.

Fonte: NYT

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