Janssen mantém no escuro voluntários de teste de vacina contra Covid - 20/02/2021 - Equilíbrio e Saúde - Folha

O Globo 
Jornalista: Mariana Rosário

A partir da próxima semana, a farmacêutica MSD — nos Estados Unidos Merck — iniciará no Brasil os estudos de fase 3 do uso profilático do medicamento experimental Molnupiravir, um antiviral oral contra Covid-19.

Trata-se do mesmo fármaco que teve por volta de 50% de eficácia para redução de internações e mortes em um estudo que teve o resultado anunciado na última semana.

O chamado uso profilático pós-exposição é justamente o uso para evitar a disseminação da doença, um ‘tratamento precoce’.

Podem participar da rodada de testes os maiores de 18 anos que moram na mesma casa que pessoas que testaram positivo para Covid-19 e apresentam ao menos um sintoma da doença, a exemplo de febre, tosse ou perda do paladar e olfato. O paciente infectado inicial, contudo, não pode estar hospitalizado em decorrência da infecção. Os coabitantes — que farão parte do estudo — devem, antes de receber o medicamento, ter teste negativo para a doença.

Os interessados em tomar o medicamento, porém, não podem ter realizado a vacinação contra o coronavírus — ou podem, somente, ter tomado uma única dose do imunizante em prazo menor que seis dias.

Para participar é preciso responder um rápido questionário no site da farmacêutica. Se a pessoa preencher os requisitos mínimos, receberá os contatos do centro coordenador da região onde mora.

A empresa já havia anunciado o início dos testes desse medicamento no começo de setembro, em comunicado internacional. A realização no Brasil, porém, se dará a partir da próxima semana, conforme afirmou ao GLOBO a pneumologista e investigadora principal do estudo Margareth Dalcolmo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

— Estamos muito animados. É um antiviral que inibe a replicação do vírus Sars-CoV-2 por meio de um mecanismo de ação muito curioso, que leva o vírus a 'errar' (nesse processo) — explica Dalcolmo.

Na análise haverá grupo de controle com placebo — um medicamento inócuo. Todos os participantes devem tomar o medicamento duas vezes (de manhã e à noite) ao longo de cinco dias. O estudo será rápido, com 30 dias de análise.

—O tratamento é curtinho, são cinco dias. Vamos medir marcadores imunológicos, taxa de adoecimento, efeitos adversos, interrupções e o nível de adesão — explica a pneumologista.

A Fiocruz será responsável por comandar o estudo em dois estados: o Rio e o Mato Grosso do Sul. Haverá ainda o recrutamento em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Amazonas.

O estudo será realizado em países como Argentina, Colômbia, França, Guatemala, Hungria, Japão, México, Peru, Filipinas, Romênia, Rússia, África do Sul, Espanha, Turquia, Ucrânia e Estados Unidos , claro, e no Brasil. Ao todo, serão 1.200 participantes. Não há determinação específica para quantas pessoas devem participar do estudo em cada localidade, mas o país deve colaborar com centenas de participantes, esperam os pesquisadores.

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