A indústria farmacêutica acelera visitação à distância com com visitação online
IQVIA faz levantamento com 193 executivos ligados ao setor confirma essa tendência. O volume de contatos por meio de visitações online e meetings virtuais cresceu mais de 6.000% na comparação entre julho de 2020 e julho de 2019. Somados os últimos 12 meses, esse modelo já totaliza 27% das interações, contra menos de 1% do mesmo período anterior.
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Ainda de acordo com a pesquisa, 49% dos entrevistados indicaram que, até então, não tinham uma estratégia digital para viabilizar o relacionamento com médicos, enquanto 46% já cogitam ter representantes de vendas exclusivamente remotos.
No caso da EMS, um projeto já estava em estudo, mas foi antecipado em razão da pandemia da Covid-19. Com investimentos de R$ 500 mil e em parceria com a Close-Up, a farmacêutica criou uma sala de conferência virtual integrada ao programa de gestão das visitas físicas. A expectativa é ampliar em 20% a média de interações mensais, que hoje atingem entre 30% e 40% dos 530 mil médicos atuantes no país.
“Tudo foi feito com muita cautela e planejamento para garantir segurança ao processo e permitir que nossos cerca de 2 mil colaboradores da área acompanhem essa evolução”, comenta Joaquim Alves, diretor da unidade de negócios de Prescrição Médica da EMS. Para assegurar plena privacidade aos encontros, cada visita gera um código individual e o médico só consegue acessar a sala de conferência por meio dessa senha.
A implementação de uma plataforma online também estava no radar da divisão de Nutrition Health Welness da Nestlé, mas a pandemia acelerou esse processo no fim de março. Em três dias o sistema entrou no ar e a base de nutricionistas acionados pela companhia subiu de 1,3 mil para 2,5 mil. “E a meta é superar os 3 mil profissionais até o fim do ano”, destaca a gerente da área, Carolina Falcoski. Os resultados estimularam a empresa a manter o calendário 100% virtual até o fim do ano.
No ano passado, a francesa Servier do Brasil já havia incorporado ao seu portfólio uma ferramenta de visitação online. Agora, o serviço passou a ser primordial. “O aporte inicial foi baixo, em torno de R$ 200 mil, incluindo os salários dos profissionais. Mas no intervalo de 12 meses, o retorno foi 1,5 vezes maior que o investimento no primeiro ano”, comenta a gerente de marketing Fabiana Rosito.
Adequação do setor
Empresas especializadas em propaganda médica já mantinham ferramentas de visitação remota, mas sempre atreladas à propaganda presencial e restritas a regiões mais distantes. Na Pharmexx, que tem a Nestlé como uma de suas clientes, esse formato vem sendo adotado há nove anos e representa 15% do market share.
“A média de visitas diárias, que era de nove até o início da Covid-19 no Brasil, caiu pela metade. Mas a tendência é que o formato digital ganhe espaço e tenhamos um cenário híbrido a partir de 2021”, avalia Elilson Antonio, diretor de desenvolvimento de negócios. A projeção até dezembro é que os 300 propagandistas atinjam dez interações por dia, totalizando 60 mil contatos mensais.
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