Fleury desenvolve novo exame para coronavírus

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Valor Econômico
Jornalista: Beth Koike


27/05/20 - Uma semana após o Hospital Albert Einstein divulgar o primeiro teste genético para covid-19, o Fleury anunciou o desenvolvimento de um exame que detecta o novo coronavírus por meio de sua proteína (casca que envolve o material genético do vírus). Hoje, o exame mais comum é o RT-PCR, que usa o RNA (parte do DNA) do novo coronavírus.

As duas descobertas brasileiras - inéditas no mundo - têm em comum a capacidade de contribuir para a testagem em massa, considerada uma das ações fundamentais para o planejamento do isolamento social.

As vantagens do novo teste do Fleury é que a proteína é mais resistente a temperaturas elevadas. Vários exames de RT-PCR são perdidos porque é necessário um armazenamento e transporte sob baixas temperaturas, o que muitas vezes não ocorre. Outro ponto é que a maior parte dos insumos para processamento desse exame é nacional, o que faz seu custo ser 15% inferior. Há uma demanda mundial pelos reagentes usados no PCR, que não estão disponíveis no Brasil, e a alta do dólar eleva o preço.

“Esse é um tipo de exame ideal para regiões distantes, que não possuem laboratórios para fazer o processamento, que precisam enviar o exame para outras cidades”, disse Celso Granato, médico infectologista do Fleury.

O novo teste não será ofertado nas unidades do Fleury e nas cidades onde a rede de medicina diagnóstica presta serviços. O exame será encontrado apenas nos laboratórios, clínicas e hospitais nas praças onde o Fleury não tem presença. “Em São Paulo e outras capitais, não faz muito sentido oferecer esse teste porque temos o RT-PCR, que tem uma sensibilidade [de acerto] de 100%”, explicou. O exame feito com a proteína tem uma sensibilidade um pouco menor, mas, segundo o infectologista, a sensibilidade do RT-PCR cai durante o processo de logística e fica semelhante ao do teste feito com a proteína do vírus.

Segundo Granato, inicialmente, o teste será ofertado à rede privada, mas o Fleury está aberto a conversar com a rede pública.

O Fleury tem, atualmente, insumos em estoque para processar 15 mil testes usando a proteína do vírus. “Temos três máquinas, sendo que cada uma delas têm capacidade para processar 500 exames, ou seja, são 1,5 mil exames por dia”, disse Granato. Se houver demanda, o Fleury pode aumentar a produção.

No caso do Einstein, a descoberta possibilita a análise simultânea de 1,5 mil exames, o que representa 16 vezes mais do que o teste tradicional.

Os novos exames do Fleury e Einstein foram desenvolvidos em apenas dois meses e tem um preço inferior ao tradicional. A empresa de medicina diagnóstica vai comercializar entre R$ 170 e R$ 180 para seus clientes e o Einstein, em torno de R$ 250.

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