Foto: Getty Images
Teses de investimento de gestores de recursos como Arx, BC Capital e Perfin incluem papéis de tecnologia e commodities listados em bolsa
Por Marcelo d’Agosto, Valor Investe — São Paulo
Para ter sucesso nos investimentos em ações é preciso diversificar a carteira, analisar alternativas que não estão atualmente no radar, visando resultados a médio prazo, e ter algumas teses de investimento, como as apostas em empresas de tecnologia e commodities ou nomes como Cesp, Hypera Pharma, B3 e Eneva.
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Esse foi o saldo da conversa entre três gestores de fundos de ações – Rogerio Poppe da Arx Capital, Ary Zanetta da Brasil Capital e Alexandre Sabanai da Perfin – no painel “Empresas resilientes, retornos no longo prazo”. O evento fez parte da Expert XP 2020.
O fundo de ações Arx Income possui mais de 20 anos de histórico e tem uma gestão considerada conservadora, com foco em diversificação para preservação do capital e renda. Em fevereiro, a carteira possuía cerca de 40 ações e nenhuma posição representava mais do que 7% do total dos ativos do fundo.
O BC Capital tem foco no médio e longo prazo e não é tão diversificado. A carteira possui cerca de 20 ações e as 10 maiores posições, todas decididas de maneira colegiada, representam de 70% a 80% do patrimônio.
O Perfin também tem como estratégia concentrar as aplicações, mas parte de uma abordagem setorial para escolher as empresas que irão fazer parte da carteira. O objetivo é explorar oportunidades nos setores em que a barreira à entrada de novos competidores seja alta e os riscos políticos, ambientais e regulatórios sejam relativamente baixos.
Após estabelecer os setores, a equipe de analistas da gestora parte para a avaliação dos aspectos operacionais das empresas.
Isso envolve a análise da robustez dos balanços contábeis das companhias, incluindo o detalhamento de todas as informações operacionais relevantes.
Além disso, leva em consideração as vantagens competitivas da empresa, a qualidade dos controladores e o alinhamento de interesse entre os executivos da companhia e as metas de desempenho a longo prazo. Todas essas informações são agrupadas em indicadores balanceados de desempenho.
A qualidade da gestão também é um item importante para a equipe da BC Capital decidir em quais empresas investir. Além de um sólido modelo de negócios, a gestora acha que é fundamental que os executivos da companhia tenham capacidade de colocar em prática as metas que foram traçadas.
Os analistas procuram ir além dos modelos calculados a partir das projeções de fluxo de caixa, descontados a uma determinada taxa de juros. É fundamental que os administradores das empresas tenham capacidade de corrigir eventuais desvios de rota.
O time do Arx Income acredita que a tecnologia deva ser usada para atender as demandas dos investidores. Portanto, vê com bons olhos as estratégias usadas pelas empresas do setor financeiro e de comércio eletrônico.
Além disso, a tese de investimento do Arx está relacionada com o tradicional setor de commodities brasileiro. Isso porque as empresas possuem vantagens competitivas que podem ficar mais acentuadas caso o real continue depreciado em relação ao dólar.
Já o Perfin aposta em Cesp, devido aos potenciais ganhos operacionais da companhia, e na Hypera Pharma, porque acredita que a empresa está muito descontada.
O BC Capital tem duas empresas que interessam. Uma é a B3, devido ao monopólio da companhia, a alta barreira de entrada e a verticalização das atividades, além do aumento das operações financeiras no Brasil. Outra aposta é em Eneva devido ao grande potencial de crescimento do mercado de gás natural.
O fundo Arx Income começou em 1999 e o retorno acumulado desde o início é de 21,72% ao ano. O Perfin Foresight Institucional tem histórico desde 2009 e o retorno acumulado é de 13,56% ao ano. E o BC 30 FIC FIA começou em 2012 e o retorno acumulado é de 13,97% ao ano.
Os dados são da Morningstar e não são diretamente comparáveis devido aos períodos diferentes.
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