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Em algumas linhas, a prática consegue reduzir em até 97% o uso de componentes como plástico e vidro

 

Espaço Ecologico No Ar

 

Grandes fabricantes de cosméticos, como O BoticárioNatura&Co e L’Oréal estão acelerando investimentos em refis de produtos para diminuir o descarte de embalagens. Em algumas linhas, a prática consegue reduzir em até 97% o uso de componentes como plástico e vidro. Uma das metas do setor é oferecer a alternativa para 100% do portfólio, entre 2022 e 2030.

Na O Boticário, a entrada de refis na produção começou há mais de 20 anos, segundo Gustavo Fruges, diretor de branding e comunicação. O primeiro lançamento foi em 1999, para uma linha de cuidados com a pele.

A fabricante tem quase 1,4 mil produtos nas categorias de perfumaria, maquiagem, cuidados pessoais, cabelos e acessórios. Nas embalagens, 87% do portfólio têm algum atributo sustentável, entre opção de refil, plástico verde, vidro e papel reciclados. A meta é cobrir 100% das embalagens com os recursos, até 2022.

A família de cremes Lily Acetinado é uma das mais recentes na adesão ao padrão. Quando comparado ao similar regular, entregue em pote de vidro, o novo formato reduz em 97% o consumo de material de embalagem, afirma o executivo. Com a utilização do refil, em um ano, é possível economizar 625 toneladas de ingredientes de produção, sendo 551 toneladas de vidro e 74 de plástico.

Outra frente de corte na geração de resíduos é aplicada no Malbec, um dos itens de perfumaria mais vendidos da fabricante, com mais de 14 milhões de unidades entregues em 2020. A linha passou a reutilizar vidro pós-consumo nas embalagens, o que permitiu uma redução do volume de vidro virgem. Já eliminou da cadeia produtiva 93 toneladas do componente ou o equivalente ao lixo gerado por 300 mil brasileiros ao dia, segundo cálculos do O Boticário. Atualmente, o vidro representa 60% do peso das embalagens que a fabricante coloca no mercado.

As loções em refil das linhas Nativa Spa e Cuide-se Bem também estão absorvendo 69% menos plástico do que os frascos tradicionais, diz Fruges. O plano é ampliar a “refilagem” na perfumaria e apresentar invólucros monomateriais (com apenas um material envolvido) para as maquiagens, no próximo ano. A empresa também estuda o uso de recursos biodegradáveis e hidrossolúveis (solúveis na água).

De acordo com Fruges, O Boticário destina 1% da receita líquida para ações de sustentabilidade. “Existe uma maior preocupação do consumidor em relação ao tema [do descarte]”, diz. Entre 2017 e 2021, a companhia registrou um crescimento de 474% na quantidade de comentários a respeito do assunto nas suas redes sociais.

Roberta Sant’Anna, diretora geral da L’Oréal Cosmética Ativa, divisão da multinacional de beleza responsável por marcas como La Roche-Posay e Vichy, diz que, somente para La Roche-Posay, a intenção é que, até 2030, 100% dos produtos que levam plástico sejam originados de material reciclado.

A L’Oréal mantém políticas globais de embalagens responsáveis desde 2007, e, em 2020, 90% dos produtos novos ou renovados no Brasil tiveram seus perfis ambientais melhorados, sendo 79% deles com ajustes nas embalagens.

Entre as iniciativas mais recentes no país foi o ingresso do refil para produtos das linhas Effaclar e Normaderm, com redução de 86% de plástico. A revisão das embalagens nas marcas La Roche-Posay, Vichy, Skinceuticals e L’Oréal Paris também permitiu eliminar 165 toneladas de papel que seriam consumidos em 2019, com a redução do volume em bulas de instrução.

Com uma média de 20 lançamentos ao ano, somente na divisão de cosmética ativa no Brasil, o investimento global do grupo em pesquisa e desenvolvimento (P&D) atingiu € 985 milhões, um aumento de 70% em dez anos.

Em 2020, eliminou 105 toneladas de plástico da produção devido à adoção de embalagens 100% PET PCR (com resina pós-consumo) na marca Elseve. Na linha Garnier Skin, lançada em 2020, adicionou 30% de papel reciclado nas caixinhas. Ao todo, foram 2,4 toneladas de papel virgem evitados até agora, diz Roberta.

Na Natura, os refis existem há mais de 35 anos, lembra Roseli Mello, líder global de P&D da Natura &Co. Atualmente, 27% do portfólio contam com a alternativa, evitando o descarte de, aproximadamente, três mil toneladas de resíduos ou o equivalente ao lixo gerado por 5,5 milhões de pessoas diariamente, segundo a fabricante.

Em 2020, o padrão do refil evoluiu e a fabricante começou a substituir o plástico convencional pelo verde – que pode ser reciclado – nas cargas de quatro marcas, como Ekos e Tododia. “Até 2030, queremos garantir que 100% dos nossos materiais sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis”, diz.

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