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Exame

Jornalista: Patrícia Berton

11/11/19 - Conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença tratável. Mas era estigmatizada no Brasil até algumas décadas atrás, quando o governo federal decidiu criar uma rede de leprosários, de norte a sul, para isolar os pacientes. Cal-cula-se que haja 30000 novos casos da doença por ano no país, de acordo com a organização DAHW Brasil, braço de uma associação alemã que trabalha para a erradicação da doença. O Brasil é o segundo país com maior número de casos, atrás somente da índia. “Não conseguimos erradicar a lepra no Brasil”, diz João Sanches, diretor de relações governamentais do laboratório suíço Novartis no Brasil.

A ideia de colaborar para a erradicação da hanseníase no país levou a Novartis a investir em um projeto batizado de Carreta da Saúde. O trabalho tem avançado desde que foi iniciado, quase uma década atrás. Um caminhão adaptado, equipado com cinco consultórios e um laboratório, percorre cidades das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, onde há mais casos da doença. Neste ano, o caminhão visitou pela primeira vez cidades do Sudeste.

A Carreta Novartis da Saúde atua em parceria com o Ministério da Saúde e com as secretarias de Saúde, tanto municipais quanto estaduais. Com essa iniciativa, a população tem acesso gratuito ao diagnóstico e ao tratamento, que é feito pelo SUS, o sistema público de saúde, com medicamentos doados pela Novartis. A carreta também tem um trabalho de conscientização da população, levando informações sobre a importância de um diagnóstico e sobre o tratamento para a cura, além de capacitar profissionais de saúde pública. Em 2018, foram treinados 1900 deles para lidar com a hanseníase. No mesmo ano, 25% dos diagnósticos da doença no país foram feitos pelos profissionais que atuam no projeto da Novartis. A chegada da carreta envolve toda a comunidade, tornando-se um evento local. “Muitas pessoas não procuram o sistema de saúde e não sabem que a doença é curável”, afirma Sanches.


Para aumentar o alcance do trabalho, a Novartis está desenvolvendo um atlas da hanseníase no Brasil. Trata-se de um software que está sendo criado em parceria com a Microsoft e a Fundação Oswaldo Cruz. Por meio dele, será possível fazer o diagnóstico com base numa foto da lesão na pele. Agentes de saúde básica terão um papel fundamental: eles vão visitar os moradores e, com o software, poderão tirar uma foto e ter acesso ao diagnóstico correto. É uma saída para superar uma das dificuldades para o correto diagnóstico: a ausência de dermatologistas em muitas cidades do país. Não há ainda uma data para o lançamento do atlas.

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