Indústria cresce pelo 5º mês e zera perdas da pandemia

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Folha de S.Paulo, notícia também publicada no O Estado de S.Paulo, O Globo e Correio Braziliense 
Jornalista: Diego Garcia

05/11/20 - A produção industrial emendou o quinto mês consecutivo de alta após tombo recorde causado pela pandemia e eliminou as perdas do pior período da crise.

O crescimento em setembro foi de 2,6% em comparação com o mês anterior, de acordo com dados do IBGE.

Nos cinco meses de recuperação, o setor compensou a perda de 27,1% entre março e abril, quando a pandemia atingiu o país e levou ao fechamento de comércio, bares, restaurantes e shoppings.

No pico da Covid-19, com tombos de 9,1% em março e 18,8% em abril, a produção industrial brasileira atingiu o pior patamar da história.

Com o resultado de setembro, a produção superou em 0,2% o patamar pré-pandemia, em fevereiro. O gerente da pesquisa, André Macedo, disse que o relaxamento nas medidas restritivas de circulação contribuiu para a retomada.

“Passados os meses de março e abril e com a flexibilização das medidas de distanciamento social, o setor industrial foi recuperando, mês a mês, aquele patamar.”

No acumulado do ano, a indústria brasileira recua 7,2%. Em 12 meses, 5,5%. Já na comparação com setembro do ano passado, a indústria cresceu 3,4%, interrompendo dez meses de resultados negativos seguidos nessa comparação.

Mais uma vez, a indústria automobilística puxou os resultados do mês, que teve avanço generalizado em todas as categorias. Em veículos automotores, reboques e carrocerias, a alta foi de 14,1%, com expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de crescimento. Porém, o setor ainda está 12,8% abaixo do patamar de fevereiro.

Outras atividades cresceram pelo quinto mês seguido, como máquinas e equipamentos (12,6%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (16,5%) de couro e artigos para viagem e calçados (17,1%).

Já os segmentos de produtos alimentícios (1,2%), metalurgia (3,5%) e produtos de minerais não metálicos (4,2%) também contribuíram com o resultado de setembro, informou o IBGE.

Quatro setores tiveram queda: indústrias extrativas (-3,7%), impressão e reprodução de gravações (-4%), produtos diversos (-1,3%) e outros produtos químicos (-0,3%). Porém, desses quatro ramos de atividade, as indústrias extrativas já conseguiram recuperar o patamar pré-pandemia, ficando em setembro 5,7% acima do nível pré-crise.

Outros 14 segmentos já se recuperaram, com destaque para equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, que já registra alta de 18,3% desde fevereiro.

Na mesma base de comparação, o mesmo acontece com produtos do fumo (alta de 16,1%), produtos de minerais não metálicos (9,8%), produtos de madeira (9,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,1%), móveis (8,7%), bebidas (8,7%) e produtos alimentícios (6,6%).

Por outro lado, estão abaixo do nível pré-pandemia os agrupamentos de impressão e reprodução de gravações (-32,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-17,1%), manutenção e reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-13%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,8%), produtos diversos (-11,8%) e outros equipamentos de transporte (-10,4%).

Renata de Mello Franco, economista do FGV Ibre, diz que os segmentos que ainda estão abaixo são os mais afetados pela pandemia, como veículos, têxtil e vestuário.

“Chama a atenção o fato de o setor de metalurgia não ter voltado, a demanda está alta pela demanda de material de construção,mas deve ser impacto de os veículos automotores não terem voltado a oquee ramem fevereiro ”, analisou a economista.

Para os próximos meses, o segmento deve se recuperar, puxado pela alta em construção. Porém, o ramo de veículos tem uma tendência de demora, pois, para a população voltara comprar carros como antes da crise, é necessário ter uma certeza de melhora na economia.

“Se o mercado de trabalho não melhorar, a venda de veículos deve continuar abaixo e a produção também”, analisou Franco. Em agosto, o desemprego bateu recorde e alcançou 14,4%, atingindo 13,8 milhões de brasileiros.

Na avaliação da economista, a produção tende a continuar forte para os próximos meses e os empresários esperam por um aumento no emprego. Porém, alongo prazo, o mercado ainda está cauteloso.

O setor de serviço sé o único que ainda não recuperou as perdas da pandemia —em agosto, estava 9,8% abaixo do verificado antes da chegada da Covid-19 ao país. Já o varejo está 8,9% acima do patamar de fevereiro, superando as perdas acumuladas na crise.

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