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Valor Econômico 
Jornalista: Dauro Veras


31/07/20 - Em busca de inovação aberta, os grandes laboratórios farmacêuticos têm dado atenção crescente às pequenas empresas de tecnologia. A tendência vai além da criação conjunta de novos fármacos. Um levantamento da plataforma de negócios 100 Open Startups para o Valor indica que os contratos abrangem também métodos de diagnóstico, sistemas de liberação controlada de medicamentos, materiais biocompatíveis, nanotecnologia aplicada e tecnologias para aumentar o desempenho sensorial dos produtos, entre outros temas.

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A Libbs investiu US$ 1,1 milhão (R$ 5,7 milhões) na pesquisa de uma terapia celular regenerativa para doenças cardiovasculares, em parceria com a startup Pluricell Biotech. “É uma inovação totalmente disruptiva”, diz a diretora de novos negócios Ana Paula Guembes. Um dos fundadores, o biólogo Marcos Valadares, explica que o processo consiste em gerar células cardíacas a partir de células-tronco e injetá-las no paciente. Os estudos com humanos devem começar em 2026. “Buscamos um financiamento de US$ 10 milhões”, diz.

A Roche patrocina um programa da Endeavor, o Scale-Up Health Tech, que vai oferecer capacitação de cinco meses a gestores de 12 empresas de tecnologia em seis áreas: prevenção e bem-estar, tratamentos intensivos, acompanhamento de tratamentos, planos de saúde, serviços de suporte, e diagnóstico e prevenção. “Inovação aberta faz parte da nossa estratégia de negócios”, diz a gerente de inovação da companhia, Laura Detomini. “Temos várias iniciativas que visam romper barreiras de acesso dos pacientes à saúde.”

Entre as empresas apoiadas pela multinacional suíça está a Tummi, plataforma de telemedicina gratuita que criou um aplicativo para acompanhar a jornada de tratamento de pacientes com câncer, reduzindo o número de mortes por intoxicação. “Criamos também um serviço de atendimento médico e psicológico à população com sintomas de covid-19”, conta a médica oncologista Alessandra Morelle, cofundadora da startup.

“Nossa estratégia na inovação radical é buscar áreas terapêuticas que não estejam no foco das grandes farmacêuticas”, diz a vice-presidente de inovação da Eurofarma, Martha Penna. Em janeiro a multinacional brasileira inaugurou em Itapevi (SP) um centro de P&D com investimento de R$ 155 milhões para escalar sua produção de fármacos. Uma das startups apoiadas é a Regenera, que pesquisa moléculas do mar para criação de futuros antibióticos e antifúngicos.

Outro projeto acelerado pelo programa Eurofarma Synapsis é o robô Laura, software que usa inteligência artificial para alertar sobre o grau de risco de pacientes internados. Ativa desde 2016, a startup foi criada pelo arquiteto de sistemas Jac Fressatto após a morte de sua filha por sepse. A inovação tecnológica salva em média 12 vidas por dia e reduziu em 25% a taxa de mortalidade nos mais de 30 hospitais do país que a adotaram, conta o cofundador Cristian Rocha.

O laboratório Aché investe na pesquisa colaborativa de novas moléculas da flora brasileira por meio da plataforma Bioprospera. Na frente de bioprospecção ele atua em conjunto com a empresa Phytobios e com o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que tem o maior e mais complexo equipamento científico do Brasil: o Sirius, um acelerador de partículas quase do tamanho do Maracanã, capaz de analisar rapidamente a estrutura interna de materiais orgânicos e inorgânicos.

No final de 2023 o Aché deve lançar no mercado um fármaco inovador para tratar vitiligo, doença crônica ainda sem cura. Em agosto a empresa vai submeter à FDA, agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, uma solicitação para realizar estudos clínicos em pacientes americanos com vitiligo, revela ao Valor o diretor do núcleo de inovação, Stephani Saverio.

A Hypera Pharma aposta na inovação aberta por meio dos programas Hypera Acelera e Hypera Hub. Em paralelo, o programa Hypera Ventures dispõe de até R$ 200 milhões para investimento em startups.

“Nosso foco está nas empresas em fase de ganho de escala que podem alavancar os nossos ativos”, afirma a diretora executiva de projetos estratégicos, Vivian Angiolucci.

Um acordo de cooperação firmado entre a Interplayers e o Grupo DPSP pretende reduzir em até 40% o tempo de atendimento nas 1,3 mil lojas das redes Drogaria São Paulo e Pacheco, com o uso de um sistema de informática que utiliza IA e computaç ao em nuvem. “Vamos integrar todos os canais de atendimento para proporcionar ao usuário uma melhor experiência de uso e de compra”, explica o diretor de P&D da Interplayers, Natalino Barioni.

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