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O Estado de S.Paulo 
Jornalista: Cynthia Decloedt

A Rede D'Or anunciou uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que deve movimentar até R$ 12,65 bilhões, considerando o teto da faixa de preço indicativa, de R$ 64,35 por ação e o montante a ser emitido em ações na oferta e os lotes adicional e suplementar. O piso da faixa de preço indicativa foi estabelecido em R$ 48,91. A previsão é que a rede chega à Bolsa em dezembro.

A oferta da Rede D’Or caminha para ser a maior oferta desde o IPO de BB Seguridade, em 2013, que movimentou R$ 11,4 bilhões, e ainda concorrer com o maior IPO da Bolsa brasileira, do Santander Brasil, que movimentou R$ 13,2 bilhões em 2019.

O apetite do investidor reflete os investimentos que o setor de saúde tem recebido nos últimos anos. Durante os anos de crise, desde 2014, fundos de investimento têm gravitado para a área, considerada uma "aposta segura" em tempos difíceis. A presença de empresas de diferentes áreas de saúde no índice Ibovespa (o principal do mercado brasileiro) é forte.

Entre as companhias que fazem parte do Ibovespa estão Intermédica, Hapvida e Sulamérica (planos de saúde), Raia Drogasil (rede de farmácias); Qualicorp (administradora de planos de saúde); Hypera (fabricante de medicamentos); e Fleury (laboratórios).



Líder de setor

Fundado pelo cardiologista Jorge Moll Filho, o grupo já é a maior rede independente de hospitais privados do Brasil, com 51 unidades próprias, 1 sob administração e 32 projetos em desenvolvimento distribuídos em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Maranhão, Paraná e Ceará e no Distrito Federal. O grupo tem como prioridade o segmento de clínicas oncológicas, na qual tem a segunda maior rede, com 39 unidades. Também tem uma parcela grande de seus negócios em laboratórios de análises clínicas e de imagem.

Entre 2009 e 2019, a empresa viu sua geração de caixa, medida pelo lucro antes de juro, imposto, depreciação e amortização (Ebtida), subir 42% e chegar a R$ 3,68 bilhões. As receitas líquidas somaram R$ 13,3 bilhões no ano passado e chegaram a R$ 9,86 bilhões, nos nove primeiros meses deste ano.

A família Moll é detentora de uma participação de 57,37% das ações ordinárias, que deve cair para 53% após a oferta. Em outras palavras, a família deve seguir no controle. Dos 38% que estão em circulação no mercado, o fundo soberano GIC detém 25,93%. O fundo americano Carlyle também é sócio da companhia.



Divisão da oferta

A Rede D’Or informa que, considerando a oferta primária (cujos recursos são direcionados ao caixa da empresa), espera levantar R$ 8 bilhões, livre de custos e a partir do preço centro da oferta, de R$ 56,63 por ação. O objetivo da companhia é usar esse dinheiro para ampliar sua rede. Também pretende buscar ativos no segmento de corretoras de saúde. Uma possibilidade, segundo fontes, é que parte dos recursos sejam direcionados para aumentar sua participação da Qualicorp.

A oferta no Brasil é coordenada pelo Bank America Merrill Lynch, Banco BTG Pactual, Banco JP Morgan, Bradesco BBI, da XP Investimentos, BB - Banco de Investimento (BBI), Citigroup Global Markets Brasil, Credit Suisse, Safra e Santander. Simultaneamente à oferta serão realizados esforços de colocação das ações no exterior pelas franquias no exterior dos mesmos bancos.

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