Maconha medicinal pode diminuir sintomas da quimioterapia

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A cannabis medicinal pode ser alternativa contra sintomas causados pelo tratamento de tumores; entenda como

Por Paula Santos - Redação Minha Vida

O uso de elementos naturais para o tratamento de doenças é uma prática que teve início há milhares de anos, mas que segue atual mesmo com o avanço da indústria farmacêutica.

A cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, é uma das opções naturais encontradas por cientistas para tratar uma série de complicações. Apesar de existirem registros históricos datados antes de cristo que demonstram o seu uso medicinal, o preconceito em volta desta planta faz com que o tratamento com a cannabis ainda seja um tabu.

Recentemente, um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina revelou que a ingestão de óleo de cannabis ajuda a reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida de pessoas que vivem com fibromialgia, condição que causa um tipo de dor crônica. A cannabis pode servir também como auxílio no cuidado de outras doenças, como é o caso do câncer.

Uso de cannabis na quimioterapia
A quimioterapia consiste na aplicação de drogas anticancerígenas que interferem no ciclo das células tumorais, sendo utilizada para o tratamento de diferentes tipos de câncer. Uma das maiores consequências da administração de quimioterápicos é a quantidade de efeitos colaterais que esse tratamento pode causar, como:

  • Fraqueza
  • Queda de cabelo
  • Perda de peso
  • Feridas na boca
  • Diarreia
  • Constipação
  • Tontura
  • Formigamento nas mãos e nos pés
  • Perda de sensibilidade nas mãos e pés
  • Diminuição da imunidade
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Feridas nas mãos e nos pés
  • Espinhas


O uso da cannabis durante esse processo serve para, principalmente, aliviar os sintomas. "Além de controlar as náuseas e vômitos secundários à quimioterapia, a cannabis medicinal melhora o sono, a ansiedade e a depressão. Além disso, ela ajuda no controle da dor, permitindo uso de doses menores de opioides com diminuição dos efeitos colaterais", explica Maria Teresa Jacob, médica que desenvolve a medicina canabinóide com foco na dor crônica.

De acordo com a especialista, a idade da pessoa ou o estágio do tumor não interferem na indicação da cannabis medicinal como tratamento. Porém, alguns estudos contraindicam a utilização da planta em pacientes submetidos à imunoterapia, apesar de ainda não haver um consenso sobre isso.

Os componentes encontrados na maconha passam por um processo de dosagem específica, conforme a necessidade, os antecedentes e o perfil de cada paciente. Dessa forma, os efeitos psicoativos pelos quais a planta é conhecida se tornam nulos.

O THC, uma das substâncias presentes na maconha, é um dos elementos responsáveis por auxiliar no controle dos efeitos colaterais da quimioterapia. Quando administrado na dose correta, ele pode promover sensações analgésicas, antieméticas (prevenindo náusea e vômito) e oxígenas (aumentando o apetite).

Como é feito o uso
Em dezembro de 2020, a Comissão para Narcóticos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a retirada da maconha para uso medicinal da lista de drogas mais perigosas do mundo. Já a aprovação para a fabricação, importação e comercialização de medicamentos derivados da cannabis no Brasil é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para iniciar o tratamento com a cannabis, é necessário que haja indicação médica. Após uma consulta em uma clínica especializada, a pessoa passará por uma avaliação que indicará se a maconha medicinal pode ser utilizada. Caso seja feita a prescrição da cannabis, ela deve acessar o site da Anvisa e solicitar a importação de produtos à base da planta.

"Esses medicamentos têm aprovação no país de origem com todo estudo cromatográfico e análise do produto para que o médico possa saber aquilo que ele realmente está prescrevendo, quais as substâncias da cannabis presentes e em quais concentrações. Desta forma, temos uma prescrição bem mais segura", explica Maria Teresa.

As opções liberadas no Brasil para o uso medicinal da planta são por via oral, em cápsula ou óleo em tintura, mas também já se encontra sob a forma tópica. De acordo com a médica, na maioria das vezes, a cannabis é administrada de 2 a 3 vezes ao dia.

Para pacientes em quimioterapia, não existem protocolos que incluam a cannabis no tratamento oncológico. A especialista explica que, ao buscar o auxílio de uma clínica, a cannabis medicinal pode ser utilizada como coadjuvante do tratamento do câncer sempre que necessário, com a avaliação de todos os médicos envolvidos nesse processo.

"De certa forma, não existe nenhuma contraindicação formal ao uso da cannabis, principalmente do CBD com outros medicamentos. Ela é uma substância extremamente segura e não existe nenhum relato de óbito pelo uso de cannabis medicinal. Também não existem relatos de casos de vício com o uso do medicamento", finaliza Maria Teresa.

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