Ministério confirma compra extra de CoronaVac

9849697883?profile=original

O Globo 

Jornalista: Ana Letícia Leão, Giuliana de Toledo e Victor Farias

Dois dias após ser cobrado pelo governo de São Paulo, o Ministério da Saúde confirmou ontem que vai comprar 54 milhões de doses adicionais da CoronaVac. O contrato como Instituto Butantan deve ser assinado na semana que vem, totalizando a aquisição de 100 milhões de doses da vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o instituto paulista. A entrega do imunizante está prevista para acontecer, por partes, ao longo do ano.

 

— Estamos exercendo a nossa opção de contratação das 54 milhões de doses adicionais da Fundação Butantan, atendendo a uma orientação direta do nosso ministro, general Eduardo Pazuello —disse ontem o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco.

 

— Estamos solicitando o cronograma à Fundação Butantan para podermos celebrar o contrato na semana que vem e também solicitando a antecipação do registro junto à Anvisa para iniciarmos a vacinação em massa da população brasileira —acrescentou.

 

A informação havia sido antecipada pelos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Piauí, Wellington Dias (PT), que foram procurados pelo Ministério da Saúde.

 

— Recebi uma comunicação da pessoa responsável pelo departamento da logística (do Ministério da Saúde), avisando que o contrato será assinado na terça-feira da próxima semana. Espero que isso se concretize — afirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, durante coletiva de imprensa ao lado de Doria, ontem, no início da tarde.

 

Dias, que coordena assuntos ligados à vacina no Fórum de Governadores, celebrou a compra das doses. Em uma rede social, disse que Pazuello lhe telefonou para informar a decisão. Anteontem, o consórcio havia publicado uma carta pedindo um posicionamento do ministério sobre o assunto.

 

Em janeiro, governo federal e Butantan firmaram a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. O contrato prevê as doses serão entregues, de forma escalonada, até 30 de abril. Uma cláusula do acordo diz que o Ministério da Saúde teria até maio para informar se quer outro lote, de 54 milhões de vacinas.

 

Na quarta-feira passada, no entanto, o governo paulista, cobrou uma decisão mais rápida. Covas disse que, caso não recebesse a confirmação do ministério, iria oferecer o antígeno para o exterior. Doria pediu que fosse dada prioridade a outros Estados. O Butantan alegou que. tendo certeza de que a União vai querer a vacina, pode se programar melhor e até antecipar a produção do fármaco.

 

O Plano Nacional de Imunização (PNI) estima que, ao longo do ano, o pais tenha acesso a 354 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus. Até agora, o Butantan entregou 8.7 milhões — desses, 1,8 milhão foram distribuídos ontem. O país também conta com 2 milhões de imunizantes fabricados pela AstraZeneca e importados da índia no último dia 22.

 

Além das 91,3 milhões de CoronaVac restantes, o Ministério da Saúde espera contar com 10.4 milhões de doses produzidas pelo Fiocruz até julho e outras 110 milhões no segundo semestre. Há ainda a expectativa de acesso a 42,5 milhões de doses por meio do Covax Facility, coalizão global liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

CARNAVAL CANCELADO

 

Também ontem, o governador paulista anunciou que o feriado do Carnaval foi cancelado no estado de São Paulo. O objetivo é evitar aglomerações e diminuir as viagens e festas, atendendo a recomendação de um grupo de 20 médicos que aconselham o governo nas medidas de combate à epidemia. Por determinação da Justiça, os estudantes do estado de São Paulo poderão retomar as aulas presenciais a partir de segunda-feira, desde que seguidas medidas de distanciamento. A data havia sido suspensa por uma liminar, derrubada ontem.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob