Mosquitos de combate a dengue serão “criados” no Lacen

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Mosquitos com a bactéria serão soltos em Campo Grande para impedir a proliferação da dengue - Foto: Divulgação

Ovos dos insetos contento a bactéria serão trazidos do Rio de Janeiro semanalmente

Daiany Albuquerque

Os mosquitos Aedes aegypti, que serão soltos em Campo Grande com a bactéria Wolbachia (que impede que os insetos transmitam a dengue, zika e chikungunya), serão criados no Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen) até serem soltos nas ruas da Capital.

Nesta segunda-feira (17) foi assinado o Termo de Cooperação entre o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e das secretarias de Saúde da Capital e do Estado para formalizar a participação de Campo Grande no “Método Wolbachia”.

De acordo com o pesquisador da Fiocruz e líder no Brasil da World Mosquito Program (WNP), Luciano Andrade Moreira, os mosquitos deverão começar a serem soltos na Capital em junho deste ano.

“Nós vamos enviar os ovos para cá (Campo Grande) semanalmente e aqui esses ovos são criados até a fase de pupa, que é uma fase antes do adulto. Daí eles são colocados em tubetes e vão ser levados ao campo para fazer a liberação semanal”, explicou Moreira.

Os ovos virão do Rio de Janeiro, onde funciona o laboratório da Fiocruz, e eles serão criados no Laboratório Central em uma biofábrica que será implantado no local. “O objetivo no final é não ter transmissão. Os resultados em alguns países mostram que quando a Wolbachia se estabeleceu naquelas áreas, não teve mais surto naquela localidade, então a gente acredita que juntando o projeto Wolbachia com a população engajada, trabalhando e fazendo seu dever de casa, a gente espera que caia muito e pode ser que daqui 5 ou 10 anos não tenha mais epidemia”, informou o pesquisador.

Esses mosquitos que serão soltos em Campo Grande são resultado do cruzamento de machos previamente colhidos na Capital, com fêmeas que já foram infectadas pela bactéria. Isso foi feito porque, conforme Moreira, é necessário que os insetos se pareçam o máximo com o ambiente ao qual serão soltos.

“Um exemplo, pode ser que o nível de resistência de inseticida no Rio de Janeiro seja muito mais alto que aqui em Campo Grande, ou vice-versa, então é importante que a gente faça um mosquito que seja adaptado aquela localidade e com isso demanda todo um processo de cruzamento que a gente faz dos mosquitos machos, que a gente coletou aqui, com as fêmeas que tem a Wolbachia no Rio, e com isso a gente faz uma colônia, uma linhagem de mosquitos locais com a Wolbachia”, contou. 

Para o governador Reinaldo Azambuja, “tudo quem aumenta o combate a proliferação dessas doenças é importante”. “Tenho certeza de que esse método, que já deu certo em algumas cidades, vai para uma escala maior, que é você poder inocular o mosquito e ele solto por transmitir isso para a fêmea, que vai acabar diminuindo a incidência dessas doenças que preocupam muito todos nós”.

A implantação do método será feita de forma gradativa, para isso a cidade foi dividida em seis áreas de atuação, sendo que na primeira estão incluídos sete bairros: Guanandi, Centenário, Lageado, Coophavilla II, Tijuca, Batistão e Aero Rancho. A casa 50 metros serão soltos de 100 a 150 mosquitos. Para o projeto a Fiocruz capacitou cerca de 500 agentes de endemias de Campo Grande.

Fonte: Correio do Estado

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