Mundo está entrando em uma nova fase do capitalismo?

9849728854?profile=original'Abolir o capitalismo', pede manifestante em um protesto em 1º de maio de 2021 em Berlim — Foto: Getty Images

Quase 250 anos atrás, o economista e filósofo Adam Smith escreveu o livro A Riqueza das Nações, em que descreveu o nascimento de uma nova forma de atividade humana: o capitalismo industrial.

Porém, ele e seus contemporâneos não imaginavam o quanto o novo sistema criaria um acúmulo de riqueza em poucas mãos.

O capitalismo alimentou as revoluções industrial e tecnológica, remodelou o mundo e transformou o papel do Estado em relação à sociedade.

Ele tirou inúmeras pessoas da pobreza nos últimos dois séculos, aumentou significativamente os padrões de vida e levou ao desenvolvimento de inovações que melhoraram radicalmente o bem-estar humano, além de tornar possível a ida à Lua e a leitura deste artigo de opinião.

No entanto, a história do capitalismo não é totalmente positiva.

Nos últimos anos, as deficiências do sistema se tornaram cada vez mais evidentes.

Priorizar ganhos de curto prazo para as pessoas às vezes fez com que o bem-estar de longo prazo da sociedade e do meio ambiente fosse jogado fora, especialmente porque o mundo está lutando ao mesmo tempo contra uma pandemia de coronavírus e as mudanças climáticas.

E como a agitação política e a polarização em todo o mundo demonstraram, há sinais crescentes de descontentamento com o status quo capitalista.

"O desempenho do capitalismo ocidental nas últimas décadas tem sido profundamente problemático em relação à desigualdade e aos danos ambientais", escreveram os economistas Michael Jacobs e Mariana Mazzucato em Rethinking Capitalism ('Repensando o capitalismo', sem versão em português).

9849728489?profile=originalMercados — Foto: Getty Images

No entanto, isso não significa que não haja soluções. "O capitalismo ocidental não está desesperadamente fadado ao fracasso, mas precisa ser repensado", argumentam Jacobs e Mazzucato.

Então, o capitalismo como o conhecemos continuará em sua forma atual ou poderia ter outro futuro pela frente?

Foco no indivíduo

O capitalismo gerou milhares de livros e milhões de palavras, então seria impossível explorar todas as suas facetas.

Dito isso, podemos começar a entender para onde o capitalismo irá no futuro, explorando onde ele começou. Isso nos mostra que o capitalismo nem sempre funcionou como hoje, especialmente no Ocidente.

Entre os séculos 9 e 15, monarquias autocráticas e hierarquias eclesiásticas dominaram a sociedade ocidental.

Esses sistemas começaram a desmoronar à medida que as pessoas afirmavam cada vez mais seu direito à liberdade individual.

Essa busca por um foco maior no indivíduo favoreceu o capitalismo como sistema econômico por causa da flexibilidade que deu aos direitos de propriedade privada, escolha pessoal, empreendedorismo e inovação.

Ele também favoreceu a democracia como um sistema de governo por causa de seu foco na liberdade política individual.

A mudança em direção a uma maior liberdade individual mudou o contrato social.

Anteriormente, os que estavam no poder forneciam muitos recursos (terra, comida e proteção) em troca de contribuições significativas dos cidadãos (por exemplo, de trabalho escravo a trabalho duro com pouca remuneração, altos impostos e lealdade incondicional).

9849728887?profile=originalEm 1851, Londres sediou a 'Grande Exposição das Obras da Indústria de Todas as Nações' — Foto: Getty Images

Com o capitalismo, as pessoas esperavam menos das autoridades governantes, em troca de maiores liberdades civis, incluindo liberdade individual, política e econômica.

Mas o capitalismo evoluiu de maneira significativa durante os séculos seguintes e especialmente durante a segunda metade do século 20.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Mont Pelerin Society, um grupo de especialistas em política econômica, foi fundada com o objetivo de enfrentar os desafios que o Ocidente tinha à vista.

Seu foco específico era a defesa dos valores políticos de uma sociedade aberta, o estado de direito, a liberdade de expressão e as políticas econômicas de livre mercado, aspectos centrais do liberalismo clássico.

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