Folha de S.Paulo

Jornalista: Marcelo Toledo

03/06/21 - Diante do feriado prolongado de Corpus Christi na pandemia, cidades do interior paulista planejam se fechar para evitar que pessoas de outras localidades entrem —ou para que, caso entrem, não tenham muito o que fazer.

Com o agravamento de casos de Covid-19 no interior, prefeituras criaram barreiras sanitárias, fecharam ruas da cidade com montes de terra e restringiram o funcionamento de bares e restaurantes, para tentar eliminar a vida noturna e frear a circulação de pessoas.

Na região metropolitana de Campinas, as 20 prefeituras farão operação para coibir festas clandestinas e aglomerações no feriado, com o objetivo de evitar uma terceira onda da pandemia nas próximas semanas.

Haverá barreiras sanitárias nas cidades, com participação de guardas municipais e policiais militares, e os pancadões, que têm reunido centenas de jovens em vias públicas, também estão na mira. Só no último fim de semana, 5.200 pessoas foram dispersadas em aglomerações em Campinas.

A prefeitura ainda publicou nesta quarta (2) decreto que põe a cidade em estado de calamidade pública devido à pandemia.

Controlar a entrada de pessoas de outros municípios é também a tentativa adotada por Nuporanga, na região metropolitana de Ribeirão Preto, que fechou as entradas do município com cavaletes e montes de terra. O decreto do prefeito Daniel Viana (PSDB) colocou em funcionamento, na terça (1º), duas barreiras sanitárias, que têm como objetivo proibir a entrada de quem não more na cidade.

Em São José dos Campos, a prefeitura decidiu proibir, entre quinta-feira (3) e domingo (6), o funcionamento de estabelecimentos comerciais com área superior a 250 metros quadrados de loja (supermercados e lojas de materiais de construção, por exemplo) e limitou a abertura dos shoppings, que só poderão funcionar das 8h às 13h.

Com o objetivo de reduzir a circulação de pessoas, bares e restaurantes também poderão abrir das 8h às 13h para atendimento presencial — no restante do dia, só delivery e drive-thru. As igrejas poderão ter celebrações presenciais somente nesta quinta, dia de Corpus Christi.

“Venho alertando sobre a tendência do número de contaminações, o que foi se consolidando com o aumento da necessidade de leitos”, disse o prefeito Felicio Ramuth (PSDB).

Ele disse que a expectativa era de que o mês de abril tivesse sido o de mais mortes na cidade, mas maio registrou mais óbitos, o que, segundo ele, justifica a adoção de medidas restritivas.

Também no Vale do Paraíba, Taubaté adotou regras válidas de quinta a domingo que limitam a seis horas diárias a abertura do comércio, shoppings e restaurantes. Bares só podem permanecer abertos até as 18h —horário em que deve terminar, também, a comercialização de bebidas alcoólicas.

De acordo com a prefeitura, a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) está em 93%, enquanto enfermarias têm 94% (Hmut) e 100% (UPA Central) de ocupação.

Outra cidade que adotou restrições é Amparo, que fará lockdown de sexta (4) a domingo e entre os dias 11 e 13. Somente farmácias, hospitais, serviços funerários e de saúde poderão atender presencialmente.

Boituva aplicará multas a chácaras flagradas com aglomerações. O decreto foi publicado na segunda (31) e prevê multa de R$ 10 mil ao dono do imóvel e outra, no mesmo valor, ao organizador do evento.

“É relevante ressaltar o apoio da maior parte dos comerciantes e da população, que percebem a gravidade desta terceira onda de contágio (principalmente com as novas variantes do vírus), e colaboram com a fiscalização”, diz comunicado da prefeitura.

Elas se somam a outras cidades já em lockdown ou com restrições severas, como Franca, Restinga, Patrocínio Paulista, Itirapuã, Batatais, Ribeirão Preto, Jardinópolis e Brodowski.

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