Natura amplia vendas, mas lucro despenca no trimestre

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Valor Econômico

Jornalistas: Alexandre Melo e Cynthia Malta

14/11/19 - Seis meses depois da Natura anunciar a compra da Avon Products, acionistas das duas empresas aprovaram ontem de manhã, em assembleias realizadas em São Paulo e Nova York, o negócio que cria uma companhia avaliada em US$ 11 bilhões. À noite, a Natura informou aumento de 7,2% na receita do terceiro trimestre e uma queda expressiva, de 48,4%, no lucro.

Despesas não-recorrentes da aquisição da Avon e investimento maior em marketing, logística e vendas ajudam a explicar o lucro menor, de R$ 68,6 milhões. A receita líquida consolidada, que inclui as marcas The Body Shop, Natura e Aesop, atingiu R$ 3,47 bilhões. A operação da Natura cresceu 9,4%, enquanto a da The Body Shop avançou 1,1%, prejudicada pelos protestos em Hong Kong. Na Aesop, o aumento foi de 10,8%.

Ontem, mais de 95% dos acionistas da Natura e Avon aprovaram a transação.

“É um momento histórico”, disse, por telefone de Nova York, o presidente executivo do conselho de administração da Natura &Co, Roberto Marques. Os investidores também concordaram com a incorporação das ações da Natura Cosméticos pela Natura &Co Holding, o que deve ocorrer em 30 dias.

O capital social da Natura &Co Holding aumentou de R$ 495,4 milhões para R$ 1,1 bilhão. E os papéis dessa nova empresa serão negociados na B3 a partir de 18 de dezembro com o código NTCO3.

Marques disse ao Valor que os comandos de Natura e Avon estão confiantes de que a operação será concluída até o primeiro trimestre de 2020. O aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi obtido na semana passada, sem restrições. Mas ainda falta obter o sinal verde em outros países.

“O Brasil era o mercado mais complexo para aprovação”, disse ele. São 13 autoridades antitruste, incluindo a brasileira, que precisam dar seu aval para que Natura e Avon possam fechar de fato o negócio.

Mas, segundo o presidente executivo do conselho de administração da Natura, já é possível planejar a integração.

O comando da companhia está visitando as operações da Avon na Argentina, Europa, Ásia, América Latina e Brasil com o intuito de conhecer melhor o novo negócio. “Tomamos todos os cuidados porque continuamos a operar como concorrentes, enquanto não tivermos todas as aprovações necessárias”, disse o executivo.

Assim que as aprovações de todos os órgãos antitrustes forem obtidas, a Avon Products deve sair da bolsa de Nova York (Nyse). A Natura &Co Holding, então, vai negociar ADRs nesse mesma bolsa. Os acionistas da Natura terão 76% da nova empresa e os da Avon, 24%.

Os acionistas controladores da Natura, que atualmente têm 59,3% dos papéis, terão suas participações reduzidas para 45,1%.

Depois de constituir a quarta maior empresa de produtos de beleza do mundo, com receita líquida aproximada de US$ 9,3 bilhões em 2018, a Natura &Co Holding pretende acelerar os investimentos para digitalizar a operação, desenvolver marcas e produtos.

“Nosso objetivo é acelerar o crescimento do grupo com a transação. As marcas da Natura irão além dos seis países da América Latina”, disse Marques.

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