9849606676?profile=original

Atualmente, atividades da varejista de cosméticos comprada da L’Oréal em 2017 estão restritas ao Reino Unido e à Austrália

Por Alexandre Melo, Valor — São Paulo

A fabricante de cosméticos Natura &Co vê oportunidade para expandir as vendas diretas da varejista britânica The Body Shop, comprada da L’Oréal em 2017, para outros países. Atualmente, as atividades estão restritas ao Reino Unido e à Austrália.

“Este é um bom complemento para a rede de lojas. No evento de dia do investidor, daremos mais detalhes sobre este plano”, disse Roberto Marques, presidente executivo do conselho de administração da Natura &Co, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira sobre os resultados do quarto trimestre de 2019, divulgados na véspera.

Marques comentou que a Natura &Co, que também controla as marcas Avon, Natura e Aesop, está “muito animada com os produtos e margens” da varejista de cosméticos.

A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustada em 2019 ficou em 11,3%, sendo que antes da aquisição estava em 8%.

“[A rede] The Body Shop traz um grande valor para a Natura &Co e ainda projetamos melhorias na margem, além de analisar os impactos comerciais e de vendas decorrentes do coronavírus”, afirmou o presidente executivo do conselho.

Em 2019, a receita líquida da varejista de cosméticos cresceu 6,3%, atingindo R$ 4,12 bilhões. No quarto trimestre, somou R$ 1,43 bilhão, um avanço de 6,7%. Em moeda constante, houve queda de 1,2% devido ao fechamento de 24 lojas e a desaceleração das vendas em Hong Kong.

José Filippo, diretor financeiro da Natura &Co, disse que, excluindo Hong Kong, a receita líquida teria crescido 0,4% em moeda constante, com destaque para Austrália (14%) e Reino Unido (5,4%).

Segundo Filippo, as despesas com a reestruturação da rede foram de R$ 51,5 milhões no ano e de R$ 18,7 milhões entre outubro e dezembro. A baixa contábil no ano foi de R$ 15,9 milhões.

“Ficamos satisfeitos com os resultados da The Body Shop. Houve o fechamento de 24 lojas próprias no ano, mas abrimos 20 unidades nos últimos 12 meses, sendo 7 no quarto trimestre”, afirmou o diretor.

Aquisição da Avon

A Natura &amp;Co teve despesas de R$ 141,3 milhões em 2019 para adquirir a Avon Products, transação que foi anunciada em 22 de maio de 2019 e concluída em 3 de janeiro de 2020. No quarto trimestre, os custos somaram R$ 37,5 milhões.</p>
<p></p>Em 2019, a companhia reportou custos com impostos para constituir a holding de R$ 206,6 milhões, além do pagamento de imposto de renda e contribuição social no valor de R$ 151 milhões.
Agora, a holding discute internamente a possibilidade de reestruturar a dívida após a aquisição da Avon Products.
Em 2019, a dívida líquida pro forma da companhia somava R$ 8,89 bilhões e a alavancagem medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda ficou em 2,6 vezes.

Parcela de 56% da dívida é em dólar, sendo que fatia de 31,4% do valor nesta moeda refere-se aos bonds da Natura com hedge em real. Parcela de 42% do débito está em moeda brasileira, e 2%, em outras divisas.

“A base de custo da empresa está mudando. Estamos discutindo se iremos renegociar a dívida e comunicar ao mercado qual será a decisão”, afirmou Filippo na teleconferência com analistas.

Segundo Marques, a fabricante de cosméticos tem uma posição de caixa forte. A disponibilidade de caixa é de R$ 8,06 bilhões.

O cronograma de amortização da dívida tem os maiores valores em 2020, de R$ 3,01 bilhões; em 2022, de R$ 3,64 bilhões; em 2023, de R$ 4,97 bilhões; e, por fim, 2024, com R$ 4,25 bilhões.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob