Nova suspeita ronda vacina de Oxford

Lote com vacina de Oxford contra Covid-19 chega ao RS e começa a ser distribuído nesta segunda, 25 - Coronavírus

Correio Braziliense 


24/03/21 - O Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), uma das agências reguladoras dos Estados Unidos, expressou ontem “preocupação” com a possibilidade de a farmacêutica AstraZeneca ter incluído “dados desatualizados” nos testes clínicos da vacina contra a covid-19 realizados em solo americano. O anúncio foi feito logo depois de a empresa divulgar resultados preliminares de um estudo indicando que o imunizante evita 100% de casos graves da doença. Diante do posicionamento das autoridades estadunidenses, o grupo responsável pelo imunizante, que foi desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford, anunciou que divulgará novas informações relacionadas à pesquisa em, no máximo, 48 horas.

No comunicado que coloca novamente a fórmula britânica sob suspeita, o NIAID alertou que o possível uso de dados defasados “pode ter levado a uma estimativa incompleta da eficácia”. Em resposta, a AstraZeneca enfatizou a segurança da análise e informou que as informações são referentes a testes recentes, realizados nos Estados Unidos antes de 17 de fevereiro deste ano. A farmacêutica também afirmou que deseja entrar em contato “imediatamente” com as autoridades de saúde americanas para entregar, em 48 horas, uma “análise com os dados de eficácia mais atualizados possíveis”.

Na segunda-feira, o grupo AstraZeneca/Oxford relatou que testes com dados de mais de 32,4 mil pessoas conduzidos nos Estados Unidos, no Chile e no Peru mostram que a vacina tem eficácia de 79% para prevenir a covid-19 sintomática (ou seja, 79% dos infectados não apresentam sintomas da doença) e de 100% para evitar as formas graves da doença e a hospitalização (todos os infectados não desenvolvem casos críticos de covid).

Os criadores da fórmula também asseguram que o uso do imunizante não aumenta o risco de coágulos no sangue, uma suspeita levantada neste mês e que levou países europeus a suspenderem temporariamente as vacinações com a fórmula.

Morte

Também ontem, autoridades francesas anunciaram que investigam a morte de um estudante de medicina de 26 anos imunizado com a vacina britânica. O jovem morreu em 18 de março, na cidade de Nantes, no oeste do país, 10 dias após receber o fármaco protetivo. Segundo Pierre Sennes, promotor da região, uma necrópsia foi realizada no dia seguinte à morte do universitário, mas que “mais testes eram necessários para determinar as causas e as circunstâncias da morte”.

A Agência Nacional de Segurança de Medicamentos (ANSM) informou que foi comunicada sobre a morte do jovem “no contexto do acompanhamento de casos de trombose” e enfatizou que, no momento, não há relação clara entre o óbito e o uso do imunizante. “Essa morte é objeto de uma investigação clínica aprofundada”, enfatizou, em comunicado.

A notícia da morte veio à tona cinco dias depois que a França e outros países retomaram a vacinação com a fórmula britânica, após uma breve suspensão devido ao registro de casos isolados de coágulos sanguíneos em algumas pessoas imunizadas. A vacina foi endossada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo órgão regulador de medicamentos da União Europeia (EMA), que, após a realização da revisão de dados do imunizante, declararam não haver ligação entre a complicação sanguínea e o imunizante. Uma das fórmulas mais aplicadas no mundo, a vacina britânica é mais barata e fácil de armazenar que outros fármacos também desenvolvidos contra a covid-19.

Mais restrições na Alemanha
Seguindo políticas adotadas por outros países europeus, como França e Itália, a Alemanha anunciou que reforçará as medidas de isolamento durante a Páscoa. A maioria do comércio será fechada e os serviços religiosos, cancelados ou organizados remotamente. De 1º a 5 de abril, o país viverá uma “pausa”, com contatos entre pessoas limitados ao mínimo e apenas lojas de alimentos autorizadas a abrir, segundo a chanceler Angela Merkel. “A situação é séria, muito séria. O número de casos está aumentando exponencialmente, e os leitos de terapia intensiva estão se enchendo de novo”, enfatizou, advertindo, em seguida, que o país enfrenta uma “pandemia mais letal, claramente mais infecciosa e com mais contágios”.

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