O Globo

A nova variante do coronavírus descoberta no Reino Unido, que se espalha mais rapidamente, "não está fora de controle", disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (21), pedindo a continuação da aplicação de medidas sanitárias que já demonstram eficácia.

 

— Registramos um R0 [taxa de transmissão do coronavírus] muito superior a 1,5 em diferentes momentos dessa pandemia, e a controlamos. Essa situação, nesse sentido, não está fora de controle — disse o chefe de emergências da OMS Michael Ryan, em entrevista coletiva.

 

Ryan estimou que "embora o vírus tenha se tornado um pouco mais eficiente em termos de propagação, ele pode ser interrompido".

 

— As medidas atuais são boas. Devemos continuar fazendo o que fizemos até agora — disse o alto funcionário, e acrescentou: — Podemos ter que fazer isso com um pouco mais de intensidade e durante mais tempo para ter certeza de que podemos controlar este vírus.

 

A OMS disse que espera ter mais detalhes sobre o possível impacto da nova cepa altamente infecciosa do coronavírus em breve. Não há evidências de que a variante do vírus aumente a gravidade da doença, embora seja mais transmissível, disseram as autoridades, citando análises do Reino Unido.

 

Maria Van Kerkhove, chefe técnica da OMS para Covid-19, disse que os cientistas estão analisando a resposta de anticorpos da estrutura do vírus e esperam resultados nos próximos dias e semanas.

 

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A OMS também afirmou que variantes são uma parte normal da evolução de uma pandemia e que a descoberta mostra que novas ferramentas para rastrear o vírus estão funcionando.

 

— É muito importante ter transparência, dizer ao público como funciona, mas também é importante deixar claro que isso é uma parte normal da evolução do vírus. Ser capaz de rastrear um vírus tão de perto, tão cuidadosamente, cientificamente em tempo real é um desenvolvimento realmente positivo para a saúde pública global, e os países que fazem esse tipo de vigilância devem ser elogiados — afirmou Ryan.

 

Países fecham fronteiras

 

Muitos países do mundo fecharam suas fronteiras desde domingo para pessoas que estavam no Reino Unido ou na África do Sul, onde uma variante do vírus também foi detectada, para evitar que ele se espalhe ainda mais.

 

A Suíça, por sua vez, impôs uma quarentena retroativa de 10 dias nesta segunda-feira às pessoas que chegaram desses dois países desde 14 de dezembro.

 

Ryan avalia que os países que impuseram restrições às viagens agiram com muita cautela ao avaliar os riscos:

 

— Isso é prudente. Mas também é importante que todos reconheçam que isso acontece, essas variantes ocorrem — afirmou o chefe de emergências da OMS.

 

Os representantes da OMS disseram que as mutações do coronavírus foram muito mais lentas do que com a gripe e que mesmo a nova variante do Reino Unido permaneceu muito menos transmissível do que outras doenças, como a caxumba.

 

Eles afirmaram que as vacinas desenvolvidas para combater a Covid-19 devem lidar com as novas variantes também, embora verificações estejam em andamento para garantir que isso vá ocorrer.

 

— Até agora, embora tenhamos visto uma série de mudanças e mutações, nenhuma teve um impacto significativo na suscetibilidade do vírus a qualquer uma das terapias, drogas ou vacinas em desenvolvimento atualmente usadas e espera-se que continuará ocorrendo assim — disse a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.

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