Como será a nova bandeira da Nova Zelândia? | Exame

Folha de S.Paulo, notícia também publicada em O Globo

05/10/21 - Sob pressão de parcela da população, com o aumento da vacinação e em meio a um surto constante da variante delta do coronavírus, a Nova Zelândia anunciou nesta segunda-feira (4) que vai abandonar a estratégia de eliminar por completo a Covid-19 do território e vai passar a conviver com o vírus. 

Considerado um caso de sucesso na contenção da pandemia que já matou quase 5 milhões de pessoas no mundo todo, o país foi um dos poucos a zerar o número de infecções no ano passado.

Até aqui, a estratégia era isolar regiões tão logo um caso de Covid-19 fosse detectado. Mas, desde meados de agosto, uma nova e persistente onda de contaminações tem colocado essa estratégia à prova. 

"Com este surto e com a variante delta, voltar a zero casos de Covid é inacreditavelmente difícil", afirmou a primeira-ministra Jacinda Ardern nesta segunda. "É uma mudança de abordagem que faríamos ao longo do tempo. O surto da variante delta acelerou essa transição. As vacinas vão dar conta do recado." 

Nesta segunda, o país registrou 29 novos casos de Covid, elevando o total da atual onda da doença para 1.357 —a maioria dos quais em Auckland, a maior cidade do país, em lockdown há quase 50 dias. 

Embora a disseminação do vírus esteja alta para os padrões neozelandeses, ainda é ínfima se comparada a outros lugares do mundo. Só neste domingo (3) o Brasil registrou 12.743 novos casos de coronavírus. 

Com a mudança anunciada, a quarentena que confina 1,7 milhão de pessoas em Auckland há semanas deve começar a ser relaxada gradualmente já na quarta-feira (6), e a população poderá fazer encontros com no máximo dez pessoas, sempre ao ar livre, além de poder voltar a frequentar praias e parques. 

Jacinda afirmou que os lockdowns vão acabar quando 90% da população elegível para a vacina estiver com as duas doses (ou a dose única) tomadas. Hoje, essa cifra está em 48%, com cerca de 2 milhões de pessoas completamente imunizadas. 

"Um longo período de restrições severas não nos levou a zerar os casos, mas foi importante porque não tínhamos vacina. Agora temos. Então podemos começar a mudar a maneira como fazemos as coisas." 

O sucesso da contenção do vírus com as quarentenas aliadas ao isolamento geográfico do país ajudou na vitória histórica do Partido Trabalhista nas eleições do ano passado, o que garantiu a reeleição de Jacinda. Mas a vacinação lenta e a persistência da delta em 2021 tiveram um custo na popularidade do governo. 

Partidos políticos dos dois lados criticaram a decisão anunciada nesta segunda. 

"Jacinda Ardern não tem respostas aos problemas que ela e o governo prometeram que estariam sob controle. A situação agora está, muito claramente, fora de controle e piorando a cada dia", afirmou Judith Collins, líder do oposicionista Partido Nacional. 

Os Verdes, que fazem parte da coalizão do Partido Trabalhista, disseram que a mudança na política coloca comunidades vulneráveis e crianças em risco. 

Para o professor Shaun Hendy, da Universidade de Auckland, que tem monitorado o avanço da doença no país, o relaxamento das restrições deve levar a um aumento de infecções nas próximas semanas. 

"O governo espera que qualquer crescimento no número de casos seja devagar o bastante para que a vacinação possa se antecipar ao surto, antes que isso pressione significativamente nosso sistema de testes e rastreamento, sem falar nos nossos hospitais", disse ele.

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