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O faturamento da Black Friday chinesa saltou de US$ 38,4 bilhões para US$ 74,1 bilhões neste ano. O resultado contribuiu para o Grupo Alibaba alcançar 1 bilhão de usuários ativos e a média de 12 milhões de encomendas diárias, quatro vezes maior que a remessa da Amazon. Porém, o gigante asiático quer mais e aposta em um marketplace global para colocar 40 mil marcas estrangeiras no país – o que pode também ser uma porta de entrada para empresas brasileiras de mercados como o de cosmética e suplementos.

Esse ecossistema atende pelo nome de Tmall Global, nasceu em 2014 e já agrega 26 mil marcas de 84 países. O portal foi concebido como um e-commerce para aproximar empresas estrangeiras dos consumidores chineses, mas logo evoluiu para uma plataforma com ferramentas de engajamento, vitrines virtuais e serviços de pagamento e logística, o que possibilita uma conexão mais eficiente e imediata com o mercado local. Inicialmente disponível apenas em mandarim, a ferramenta foi configurada também para o inglês e espanhol em 2019.

Até 2020, o Tmall apresentava um crescimento gradual, mas a pandemia do novo coronavírus mudou esse cenário. Entre abril e setembro, o número de novas marcas aumentou 125% e 200 mil novos produtos foram inseridos na plataforma. O Dia dos Solteiros em novembro, como é conhecida a Black Friday no país, agregou mais 2.600 empresas a essa lista. “A explosão da demanda por produtos estrangeiros está diretamente relacionada à restrição de viagens devido à Covid-19. E os clientes mais jovens, especialmente os millenials e da geraçao Z, demonstram crescente interesse por interagir com culturas globais”, argumenta Tony Shan, chefe do Tmall para as Américas.

O resultado estimula a meta de elevar para 40 mil o número de empresas nos próximos três anos. “O Alibaba mudou a forma de fazer e-commerce no mundo, ao reunir tecnologia, soluções financeiras e logísticas, dentro do conceito de varejo do futuro”, comenta Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo.

Como funciona?

Antes do Tmall, enveredar pelo comércio eletrônico da China era sinônimo de dificuldade de acesso e custo. Para startups e pequenas empresas, a ideia era impensável. O processo consistia em registrar uma empresa no país, abrir uma conta bancária e enviar os produtos para um depósito local – o que geralmente leva em torno de quatro a oito meses, com valores entre US$ 5 mil e US$ 6 mil.

A plataforma, no entanto, dispensa a necessidade de conta ou manutenção de estoque na China. Basta ao empresário ou empreendedor comprovar o registro ou licença da marca, apresentar um plano de logística e preencher uma documentação para atestar que os produtos estão em conformidade com as regulamentações do varejo chinês.

Oportunidade para PMEs

O marketplace representa um atalho estratégico principalmente para companhias de pequeno e médio porte. Comprometida com esse pensamento, a Agência de Comércio Italiana iniciou um projeto para incentivar 300 PMEs locais a avançarem no mercado chinês. Uma das beneficiadas foi a Crimark Srl, empresa familiar de café fundada há duas décadas. Um ano após a integração ao Tmall, as vendas até então limitadas à Itália se estenderam para Alemanha, Estados Unidos, França, Grécia e Reino Unido.

Da Alemanha vêm outros dois bons exemplos. A empresa de cosméticos Cosnova, mantinha crescimento médio anual de 6% por meio de marcas como Essence e Catrice. Neste ano, após a adesão à plataforma, o percentual saltou para 25%.

Já para a empresa de suplementos Doppelherz, a parceria com jovens influenciadores na plataforma de transmissão ao vivo do Alibaba, Taobao Live, ajudou a atingir jovens de 20 a 28 anos. A marca incrementou suas ofertas com embalagens criativas, como suas novas vitaminas para os olhos com o tema Minions.

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