Países europeus preparam saída gradual do isolamento

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Valor Econômico


07/04/2020 - Países europeus, incluindo os mais atingidos pela pandemia, Itália e Espanha, já começaram a elaborar planos para relaxar as medidas de confinamento, diante dos sinais de estabilização nas taxas de contágio. Áustria, Dinamarca e República Tcheca anunciaram ontem os primeiros passos para um gradual retorno à normalidade a partir da próxima semana. Mas alertaram que podem recuar se o número de infecções voltar a crescer.



O ponto central do planejamento da maioria dos países é a necessidade de “achatar a curva” de contágio para evitar um colapso nos sistemas nacionais de saúde.

Numa indicação de que as medidas de confinamento podem finalmente estar contendo a propagação da covid-19 no continente, a Itália reportou nesta segundafeira o menor número de novos casos em quase três semanas. Segundo a Agência de Proteção Civil, 3.599 pessoas foram diagnosticadas com o coronavírus nas últimas 24 horas, de 4.316 novos casos contabilizados no domingo.

Com isso, as discussões públicas estão se voltando para como e quando reverter essas medidas.

A Dinamarca foi um dos primeiros países da Europa a adotar o confinamento e fechar as fronteiras. Ontem seu governo anunciou que planeja reabrir creches e escolas em 15 de abril como um primeiro passo para relaxar gradualmente a paralisação de três semanas na atividade. O número de internações e mortes relacionadas ao coronavírus no país começou a se estabilizar na semana passada.

O desafio agora é equilibrar a necessidade de manter sua população segura e conter os riscos econômicos de uma profunda recessão. Decisões difíceis que muitos outros governos ao redor do mundo terão pela frente.

“Isso provavelmente será como andar na corda bamba. Se ficarmos parados, poderemos cair e se formos rápidos demais, pode dar errado. Portanto, devemos dar um passo cauteloso de cada vez”, disse a premiê da Dinamarca, Mette Frederiksen.

Todas as demais restrições impostas pelo governo dinamarquês, incluindo a que proíbe reuniões com mais de dez pessoas, permanecerão em vigor até ao menos 10 de maio. Eventos de grande público continuam suspensos até agosto.

Frederiksen alertou ainda que a reabertura gradual apenas ocorrerá se os números da epidemia permanecerem estáveis. Ela fez um apelo para que a população siga as orientações do governo sobre distanciamento social e higiene.

Também a Áustria anunciou que começará a reabrir parte do comércio na próxima semana, mas ampliou a exigência do uso de máscaras para os transportes públicos, além dos supermercados.

“Agimos mais rápido e adotamos medidas mais restritivas do que outros países e por isso pudemos evitar o pior. Mas esta reação rápida e rigorosa também não dá a possibilidade de sair da crise de forma mais acelerada”, afirmou o premiê austríaco, Sebastian Kurz.

Até ontem a Áustria tinha 12.297 casos confirmados do novo coronavírus, segundo a Universidade Johns Hopkins. O governo do país afirma que a taxa de crescimento no número de infecções caiu para 2,8%, ante 40% em meados de março.

Medidas como o uso obrigatório de máscaras em público, limites para as reuniões, rastreamento rápido de cadeias de infecção e quarentena seletiva também fazem parte do plano de ação elaborado pelo Ministério do Interior da Alemanha, ao qual a agência Reuters teve acesso. Essas ações são vistas como cruciais por especialistas para que os países possam sair do confinamento com segurança. A Alemanha espera que o seu plano de ação mantenha o número médio de pessoas infectadas abaixo de um por pessoa - uma indicação de retrocesso da epidemia - mesmo com uma gradual retomada da vida pública e econômica.

A Alemanha está em confinamento desde 22 de março e o documento assume que a pandemia durará até 2021. País mais populoso da Europa, a Alemanha tem 98.000 casos confirmados, com apenas 1.448 mortes, e é visto como um roteiro de como sair do isolamento.

As medidas de confinamento estão previstas para terminar em 19 de abril, mas Berlim prefere manter a cautela quanto a próxima fase. “Mesmo que algumas pessoas o exijam, o governo ainda não pode dar um dia de saída, uma data a partir da qual tudo será diferente e as medidas, relaxadas”, disse um porta-voz do governo.

Na Espanha, o premiê Pedro Sánchez disse que o fechamento imposto desde março à toda atividade não essencial continuará até o dia 26 de abril. Mas ele abriu a possibilidade de relaxar algumas restrições na próxima semana.

Na República Tcheca, o governo suspendeu a proibição de viagens para fora do país a partir de 14 de abril, assim como a reabertura de parte do comércio.

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