Pele eletrônica movida a suor

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Correio Braziliense
Jornalista: Paloma Oliveto

No Instituto de Tecnologia da Califórnia, um grupo de pesquisadores do Departamento de Engenharia Médica desenvolve uma pele eletrônica de borracha flexível que também poderá servir como dispositivo de medição de funções corporais. A diferença é que ela é movida pelo suor. A e-skin funciona apenas com células de biocombustível, alimentadas pelo resíduo corporal.

“Um dos maiores desafios com esses tipos de dispositivos vestíveis diz respeito à energia”, diz Wei Gao, professor de engenharia e pesquisador do material. “Muitos projetos estão usando baterias, mas isso não é muito sustentável. Algumas pessoas tentaram usar células solares ou aproveitar a força do movimento humano, mas queríamos saber: ‘Podemos obter energia suficiente do suor para alimentar os vestíveis?’. E a resposta é sim.”

Gao explica que o suor humano contém níveis muito elevados de lactato químico, um composto gerado como subproduto de processos metabólicos normais, especialmente pelos músculos durante a prática de exercícios físicos. Células embutidas na e-skin absorvem esse lactato e o combinam com o oxigênio da atmosfera, gerando água e piruvato, outro subproduto do metabolismo.

À medida que operam, as células de biocombustível geram eletricidade suficiente para alimentar sensores e um dispositivo Bluetooth, semelhante ao que conecta o telefone ao som do carro, permitindo que a pele eletrônica transmita as leituras feitas pelos sensores sem fio.

Durabilidade

Conceber uma fonte de energia que pudesse funcionar com suor não foi o único desafio na criação da e-skin, diz Gao. O dispositivo também precisava durar muito tempo, com alta intensidade de energia e degradação mínima. Isso foi resolvido pela equipe. As células de biocombustível são feitas de nanotubos de carbono impregnados com um catalisador de platina/cobalto e uma malha composta, contendo uma enzima que decompõe o lactato. “Elas podem gerar uma saída de energia contínua e estável, de até vários miliwatts por centímetro quadrado, durante vários dias no suor humano”, garante o pesquisador.

Gao diz que a ideia é desenvolver uma variedade de sensores que possam ser incorporados à e-skin, conferindo a ela diversas funcionalidades, a exemplo do material desenvolvido na Universidade do Colorado. “Queremos que esse sistema seja uma plataforma”, afirma. “Além de ser um biossensor vestível, pode ser uma interface homem-máquina. Os sinais vitais e as informações moleculares coletadas através da plataforma podem ser usados para projetar e otimizar próteses de próxima geração.” (PO)

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