Correio Braziliense
Com base nos dados vistos no estudo, os pesquisadores estadunidenses defendem que os especialistas na área de saúde materna perguntem às pacientes sobre as rotinas de exercícios físicos e se houve mudanças em decorrência da pandemia. Segundo Zaneta M. Thayer, professora-assistente de antropologia na Universidade de Dartmouth e coautora da pesquisa, essas informações podem ser usadas para ajudar a identificar as mulheres com maior risco de depressão materna.
“Com a pandemia do novo coronavírus interrompendo os regimes de exercícios, nosso estudo mostra que as mulheres grávidas não estavam apenas perdendo a ida à ioga”, ilustra. “Não é apenas o fato de que o exercício lhe dá endorfinas, mas as participantes indicaram que também estavam perdendo a conexão social que se obtém por ter outras pessoas ao redor. Pesquisas anteriores também já mostraram os benefícios para a saúde mental de se conectar com outros indivíduos. Isso mostra que nossa pesquisa está também em sintonia com esses trabalhos.”
A psiquiatra Renata Nayara Figueiredo acredita que os dados vistos no estudo mostram como medidas que ajudam a evitar problemas como depressão pré-natal e pós-parto são necessárias. “Vemos, mais uma vez, como é importante trabalhar com a prevenção, com a melhora da qualidade de vida. É a melhor estratégia para evitar esse tipo de problema”, afirma. “Extrapolando ainda mais o estudo, podemos falar sobre como é importante fazer os exercícios ao ar livre, já que a luz solar contribui para o bem-estar”, frisa a especialista brasileira. “Outro ponto importante que a pesquisa mostra é que as atividades físicas são estratégicas para ter um contato social. Essa troca com os outros é essencial para a saúde mental. Temos esses dados vistos em um cenário de pandemia, mas são lições que podemos levar para a vida.” (VS)
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